Desde 2011 não são realizados concursos públicos nos Correios, o que gradativamente ocasionou uma redução nos efetivos do atendimento e de entregas
Nesta sexta-feira (07) os funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos de Laranjeiras, decretaram greve.
Segundo Alexsander Soares Menezes, secretário de Formação e Estudos Socioeconômicos do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares do Paraná (Sintcom), o estado de greve teve início após a reivindicação dos funcionários por melhorias nas condições de trabalho das unidades que funcionam em Laranjeiras do Sul e que atendem também unidades das cidades do entorno, como por exemplo Rio Bonito do Iguaçu.
Alexsander explica que desde 2011 não são realizados concursos públicos nos Correios, o que gradativamente ocasionou uma redução nos efetivos do atendimento e de entregas.
”Com isso, e aliado ao aumento das compras pela Internet a carga de trabalho vem aumentando, com impactos não só para os trabalhadores, mas principalmente para a população de Laranjeiras do Sul e cidades do entorno”.
Medidas adotadas
Para o sindicato, as medidas adotadas pela superintendência dos Correios do Paraná não são suficientes para reduzir esses impactos, o que gera uma precarização dos serviços de atendimento não só em municípios menores, mas em todo o Brasil.
Conforme Elisabete Ortiz, diretora jurídica do Sintcom, foram feitas várias tratativas com os gestores das unidades, solicitações e muitos ofícios foram enviados, mas não houve resposta, o que possibilitou uma assembleia para decidir o estado de greve.
“Como sindicato, a última coisa que se quer é a deflagração da greve, porém se esgotaram todas as possibilidades de acordo, além de Laranjeiras mais treze cidades optaram por parar suas operações”, explicou Elisabete.
Ela disse ainda, que muitas unidades estão com infraestrutura em situações inadequadas, com falta de ventiladores, climatizadores, e até mesmo a localização errada em algumas cidades.
Efeitos colaterais
Conforme o sindicato, nesse cenário a agência de Laranjeiras tem adotado medidas paliativas, como a contratação de mão de obra terceirizada. Além do deslocamento de efetivos entre cidades, como Rio Bonito do Iguaçu e Guaraniaçu para prestarem apoio. Essa medida além de não resolver o problema estrutural no município apresenta os seguintes efeitos colaterais:
a) Exposição desses efetivos a fadiga e riscos de acidentes de percurso em decorrência das estradas, distância, e veículos em más condições.
b) Precarização da prestação de serviços à população das cidades envolvidas, visto que o efetivo que deveria atender à sua população é direcionado para cidades vizinhas.
c) Imposição e obrigação dos trabalhadores da distribuição para abrirem as agências comerciais e executar atividades aos sábados.
Limitação das atividades
Alexsander salientou que as atividades estão sendo realizadas dentro das limitações, porém o estado de greve permanece. “Caso não sejam implementadas as ações necessárias para que a população de Laranjeiras tenha o atendimento previsto em lei e os trabalhadores não sejam mais coagidos e submetidos à condições precárias de trabalho, a partir da segunda quinzena de janeiro as atividades poderão ser interrompidas por tempo indeterminado.
Os trabalhadores dos Correios de Laranjeiras, das cidades do entorno e o Sindicato, buscam de todas as formas assegurar que a população não seja prejudicada”, finalizou.
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