“Exigimos justiça, queremos cadeia para maus tratos”
Ongs de proteção animal fazem manifestação para exigir que lei seja cumprida
Uma manifestação e carreata foi organizada pela Associação de Proteção aos Animais de Candói (Apac). Este ato teve o objetivo de cobrar as autoridades de Candói quanto a um crime de maus-tratos e aconteceu no domingo (29). A manifestação contou com a presença de populares e teve o apoio da Ong Patas com Patas de Guarapuava e da Associação de proteção aos animais de Foz do Jordão (Apaf).
A impunidade gerou revolta e os manifestantes pedem providencias às autoridades, visto que no fim de setembro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.064/2020, que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. Segundo a lei a pessoa enquadrada nesse tipo de crime deve ser punida com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda.
O crime
O que gerou tanta revolta foi a morte de um cachorro que foi enforcado por seu próprio dono, um rapaz de 22 anos. O crime aconteceu na tarde do dia 14 de novembro na praça da família.
A tesoureira da Apac, Gizeli Aresneka, conta que logo após o crime a Ong procurou a polícia para registrar o boletim de ocorrência e mesmo caracterizando flagrante a polícia disse que não poderia fazer nada por ser véspera de eleições.
“A nossa indignação é que até setembro nós lutávamos para ter uma lei que punisse maus-tratos e agora que temos a lei ela não está sendo cumprida”, diz Gizeli.
Ela conta que o objetivo da manifestação foi cobrar que a lei seja cumprida. “Nós da proteção animal trabalhamos de forma voluntária. Já a polícia é um serviço público que deveria defender a lei”.
Nas redes sociais foi publicado um vídeo onde aparece o rapaz arrastando o corpo do cachorro pela praça. O rapaz postou em seu perfil do facebook um texto no qual se diz arrependido e tenta justificar seus atos dizendo que o cachorro estava agressivo.
“Se arrependimento matasse… saudades do meu companheirinho, ele estava muito violento e agressivo[…] Atitudes mau pensadas tem consequências terríveis, atacou o próprio dono que sempre cuidou, deu amor e carinho, mas estou errado, reconheço e peço perdão[…] Mas a dor que eu senti do ataque de ter que tomar morfina ninguém sentiu na hora de me julgar e tarjar como monstro[…]Referente ao vídeo foram os policiais que pediram para eu retirar o animal do local e enterrar”.
Sobre a publicação do rapaz, Gizeli dia que não existe justificativa para um ato cruel como esse.
“É inadmissível e inaceitável que se faça isso com um ser indefeso. E a vítima é o cachorro que saiu sem vida, isso não pode ficar impune”.
Ela diz ainda que é lamentável que se tenha que apelar para manifestações num momento em que o país têm leis adequadas para punir aqueles que cometem crimes contra animais.
“Exigimos justiça, nós queremos cadeia para maus tratos. Chega ser um absurdo a gente ter que lutar por uma coisa que está na lei, uma coisa que é prevista e que já deveria estar sendo cumprida”.