Herança de adrenalina: família Chaves brilha nas competições de Cavalo de Aço
Unidos pela paixão do Show de Manobras, a família, liderada pelo visionário Gilson da Gtech Automotiva, transforma o amor pelo esporte em títulos e inspirações para futuras gerações
Quando se pratica o que ama em família, todas as gerações são contagiadas. Este é um exemplo da família Chaves, famosa nas competições de Cavalo de Aço. O idealizador de tudo isso? Sêo Gilson, proprietário da Gtech Automotiva, de Laranjeiras do Sul, que iniciou nas pistas aos 17 anos e hoje, aos 47, vê dois dos quatro filhos seguirem seus passos e conquistarem títulos.
Onde tudo começou
Na época em que as pistas ainda eram de terra, os shows de manobra já bombavam em Laranjeiras. Em meados de 1993, a prática começou a chamar a atenção de Gilson, que sempre foi apaixonado por esportes, seja automobilístico ou não. “Desde que vi o Cavalo de Aço me apaixonei. A partir disso comecei a competir, por vários anos consecutivos. Com a família já constituída, fazia questão de levar a todos e quando vi, meus filhos queriam seguir o mesmo caminho”, relembra orgulhoso.
Nunca é só esporte. Nas competições, a torcida já estava garantida. A esposa Marizete e os filhos Emanuel, Gabrieli, Natanael e Samuel sempre os acompanhou. Desta grande família, os mais novos embarcaram de vez nas manobras. Nata e Samuka, como são conhecidos, levam o nome da Gtech Racing pelas pistas do estado.
Inspiração
Desde criança, os dois jovens pilotos mostravam interesse, tanto é que a briga dos dois era para decidir quem voltaria na carretinha junto da gaiola, quando a família praticava trilha. Além disso, Nata também participava de motocross, mas pelo perigo do esporte, abandonou a moto e decidiu brincar somente com o chevette velho da família. Este foi o momento em que Gilson notou que poderia incentivar os dois.
Hoje, Nata tem 24 anos e Samuka 17, mas há cerca de dois anos eles competem por Rio Bonito do Iguaçu, que possui pista. O espaço já é quase habitat natural dos meninos, pois conhecem desde que iniciaram, brincando aos finais de semana.
Investimento de sucesso
Gilson frisa com orgulho todo o investimento e a dedicação dos filhos, que garantiram vários títulos importantes, como o Sul-Brasileiro de Manobras, a nível nacional, que abrange Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
Há dois anos, a equipe montou um Chevette para competir. No primeiro ano, Nata se sagrou campeão na etapa chamada AP Injetado. Essa categoria inclui diversos tipos de motores, como turbo, aspirado, de 4 cilindros, 6 cilindros e 8 cilindros. “A competição é bastante acirrada, com carros de alta performance e ele conquistou o pódio. Além de Nata, Samuka, com 15, também foi campeão na categoria Livre, que envolve carros turbo, aspirados, injetados e de 6 cilindros. Deixou muito competidor antigo de boca aberta, por ser tão novo. Eles são meus orgulhos”.
Além disso, Ambos conquistaram títulos importantes e se destacaram em suas respectivas categorias. Dentro de 30 dias, a cidade de Mariópolis, próxima a Pato Branco, receberá uma nova etapa da competição Sul-Brasileira.
A expectativa, segundo Gilson, é conquistar o título de campeões no final do ano. “Queremos trazer este prêmio para Laranjeiras do Sul, onde vivemos e criamos nossos filhos. Nosso desejo é realizar uma etapa da competição aqui em Laranjeiras do Sul, o que traria mais de 60 a 70 carros e competidores de outras regiões”, expressa.
Como funciona o Cavalo de Aço?
Em uma pista quadrada, sete marcações de quadrado estão distribuídas, sendo um no meio. A pontuação vale por manobra dentro das marcações, seja o famoso zerão, ou 360, ou o 8, ligando os cantos. Seguindo a lógica, quem fizer mais drifts em dois minutos, pontua mais. Uma das regras é que o pneu não pode estourar neste tempo.
Outra curiosidade da competição é que os veículos custam caro e patrocinadores se tornam indispensáveis. Além disso, engana-se quem pensa que o combustível utilizado é o comum, gasolina ou etanol. É o metanol, bem mais caro.
Gabrieli, irmã dos meninos, conta que muitas vezes imprevistos aconteceram, mas tudo pode ser resolvido, já que na equipe, o irmão mais velho, Emanuel, é quem prepara os veículos. “Estamos sempre juntos, prestando apoio e fazendo o possível para incentivá-los. Somos uma família muito unida. Inclusive, meu pai é o principal patrocinador”, afirma.
Mais pilotos na família?
Já é de sabedoria de todos que a família Chaves anda sempre junto. Dessa equipe, repleta de incentivo às pistas, surgem mais nomes para daqui há alguns anos: Henry, filho de Nata e Miguel, de Gabi. “Eles acompanham as competições e nas brincadeiras, fazem drift com carrinhos. É muito legal ver a inspiração, já que vivem isso também”, diz Gabi.
Ao perceber mais uma geração interessada pelo show de manobras, Gilson se vê orgulhoso. “Sempre amei o que faço, seja no trabalho ou nos hobbies junto da família. Meus meninos só me dão orgulho, por se dedicarem tanto e me permitirem sonhar com eles. Sei que eles vão longe e sempre os apoiarei”, finaliza.