HPV: Sesa lança campanha temporária para vacinar adolescentes de 15 a 19 anos
A inclusão desta faixa etária é excepcional e válida somente para os próximos três meses, já que a dose está disponível gratuitamente no SUS para jovens de 9 a 14 anos
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) iniciou, nesta segunda-feira (17), uma campanha especial para vacinar adolescentes e jovens de 15 a 19 anos contra o HPV (Papilomavírus Humano). A ação, realizada em parceria com os municípios, busca resgatar aqueles que ainda não receberam a imunização, essencial na prevenção de cânceres do colo do útero, vulva, pênis, ânus e orofaringe.
A inclusão dessa faixa etária é excepcional e válida pelos próximos três meses. Normalmente, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para meninos e meninas de 9 a 14 anos.
Mais de 200 mil jovens no foco da campanha
Segundo a Divisão de Vigilância do Programa de Imunização da Sesa, a estimativa é de que 216.697 pessoas ainda não tenham recebido a vacina e sejam o público-alvo da iniciativa. A estratégia começou nos municípios-sede das Regionais de Saúde e será ampliada gradualmente para todo o estado do Paraná.O reforço na vacinação foi anunciado durante a Comissão Intergestores Bipartite do Paraná (CIB/PR), realizada na semana passada no evento Saúde em Movimento, em Foz do Iguaçu. A medida tem o aval do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems/PR) e do Conselho Estadual de Saúde do Paraná (CES/PR).“O Paraná tem promovido campanhas constantes para ampliar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes. Esta é uma oportunidade para quem perdeu o prazo ou ainda não recebeu a vacina”, destacou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Nova recomendação: dose única
Até março de 2024, o esquema vacinal contra o HPV exigia duas doses. No entanto, a partir daquela data, o Ministério da Saúde passou a recomendar apenas uma dose, o que pode impactar comparações entre os números de vacinação de anos anteriores.Em 2024, foram aplicadas 71.407 doses da vacina contra o HPV em meninas de 9 a 14 anos e 88.634 doses em meninos da mesma faixa etária. Já nos primeiros meses de 2025, houve uma queda nos índices de cobertura vacinal:
- 2024: 97,12% das meninas e 87,17% dos meninos foram vacinados.
- 2025 (jan-fev): 81,59% das meninas e 72,77% dos meninos receberam a imunização.
A meta é aumentar esses números e contribuir para a erradicação do câncer de colo do útero até 2030, conforme o Plano de Ação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Câncer do colo do útero e ampliação da vacinação
De acordo com a OPAS, o câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente entre as mulheres no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, entre 2023 e 2025, haverá 17.010 novos casos por ano, com uma taxa de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.Além dos adolescentes de 9 a 14 anos, outros grupos também podem se vacinar gratuitamente contra o HPV no SUS, como:
- Pessoas vivendo com HIV, transplantados e pacientes oncológicos entre 9 e 45 anos;
- Vítimas de abuso sexual entre 15 e 45 anos que ainda não tenham tomado a vacina;
- Pacientes com papilomatose respiratória recorrente;
- Usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) entre 15 e 45 anos.
A iniciativa reforça a importância da imunização como ferramenta de prevenção e proteção da saúde pública.
Sintomas: fique atento
Muitos casos de infecção pelo Papilomavírus permanecem assintomáticos, mas alguns organismos podem desenvolver sinais como:
- verrugas genitais;
- desconforto vaginal;
- coceira na região genital.
Os sinais do HPV na região genital podem ser discretos. Nesses casos, são observados apenas com a ajuda de exames específicos.
Em outros casos, a infecção pode manifestar alguns sinais visíveis, como o aparecimento das verrugas, que apresentam aspectos similares ao de uma couve-flor e podem ser indolores ou acompanhadas por uma leve coceira.
Além disso, as verrugas podem ser dolorosas ou sangrar em alguns casos. Com menor frequência, essas lesões podem aparecer em outras regiões, como mucosa nasal ou oral.
Os primeiros sintomas de HPV podem aparecer de dois a oito meses após a contaminação pelo vírus, assim como pode demorar 20 anos até que apareça algum sinal da infecção.
As manifestações do vírus são mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa, de acordo com o Ministério da Saúde.