Instituto São José manterá a UTI funcionando em atendimento geral
Segundo a diretora Marly, março foi iniciado com 100% da Unidade ativa, atendendo 24 horas em âmbito geral, onde até agora, 21 pacientes foram atendidos
A tarde desta quinta-feira (24), foi marcada pela coletiva de imprensa mediada pela diretora- geral do Instituto São José, Marly Regina Maçaneiro, a fim de esclarecer que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) laranjeirense continuará funcionando, atendendo não mais como exclusiva da Covid-19, mas sim em âmbito geral.
De Covid para geral
Desde fevereiro, o assunto abordado na cidade e região era o mesmo: o fechamento da UTI. Conforme Marly, o Instituto São José, em parceria com todos os prefeitos da região e da Associação Intermunicipal de Saúde do Centro do Paraná (Assiscop), e alguns deputados apoiadores da causa, discutem desde fevereiro a questão de manter a UTI funcionando. “A partir do mês de março, o Ministério da Saúde transformou a UTI especializada em Covid-19 para UTI geral, com prazo de 180 dias para adequar-se às especialidades”.
Conforme Marly, março foi iniciado com 100% da Unidade ativa, atendendo 24 horas em âmbito geral, onde até ontem (24), 21 pacientes passaram pela UTI, que atualmente conta com 10 internamentos.
Negociações
Segundo a diretora, dentro das negociações na busca de recursos para mantê-la ativada, os municípios que fazem parte da Assiscop, repassarão recursos baseados no número de habitantes de cada cidade. “O convênio realizado no ano passado continha o valor de R$ 54 mil, e atualmente, os prefeitos aumentaram para R$ 100 mil mensais, uma média de R$ 1,40 por habitante, a fim de ajudar nas despesas gerais da UTI”.
Possuindo ou não pacientes internados, conforme Marly, a unidade possui custos fixos mensais, como o da equipe de trabalho disponível o dia todo. “Temos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, um nefrologista e também os laboratórios e tomografia à disposição e isso se encaixam como custos fixos, que é de em média R$ 400 mil, o que atualmente é um pouco menos, pois ainda não há a contratação de especialistas, ficando em torno de R$ 50 mil”.
Tendo em vista o valor recebido, a ajuda momentânea é assertiva. Um contrato, foi criado com prazo inicial de 90 dias, pois segundo Marly, pode haver uma fusão dos consórcios, tanto da Assiscop, quanto de consórcios de Guarapuava. “O recurso que vem do Ministério da Saúde, com valor de R$ 600 por paciente no leito é de grande importância, pois ele vem quando o paciente internado retorna Instituto Hospitalar, sob autorização de treinamento”.
Bancando despesas
Marly destaca que de janeiro a março, o Instituto São José bancou todas as despesas sozinho. No final deste mês, o recurso vindo da Assiscop será destinado para a compra de medicações para a UTI geral, a fim de que ajude a população mas que não interfira no funcionamento da unidade, não correndo assim, o risco de fechar. “Porque não fechar? Por que temos uma equipe preparadíssima dentro da UTI, que abriu as portas em maio de 2021. Essa equipe de funcionários é altamente treinada e não seria justo fechar por um tempo e depois buscar novamente uma nova equipe técnica qualificada”.
Humanização de atendimento ao paciente
O Instituto São José está participando de um projeto da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná (Femipa), onde o hospital laranjeirense apresenta suas ações e trabalhos realizados com pacientes e familiares no período da Covid-19 em 2021. Marly conta que o projeto engloba todas as ações diferenciadas que o Instituto realizou, assim como os hospitais de todo o Estado e dentre todos os participantes, o Instituto São José classificou-se entre os quatro finalistas. “Na semana que vem estaremos em Curitiba, apresentando oralmente o nosso projeto, que mostra como confortamos os pacientes e familiares durante o triste períodos que passamos”.
O diferencial
O grande diferencial de toda a equipe da UTI do Instituto São José, desde a recepção à assistência social, foi a ajuda ofertada aos familiares, sendo veículo de informações, confortando a todos. “Nós sabíamos que todos os dias, a família do paciente buscava saber sobre o estado em que ele se encontrava, principalmente quando chegava à UTI”, ressalta Marly.
Segundo ela, na coordenação da enfermeira Ágata, e da assistente social Elisângela, toda a equipe realizava ligações diárias e no final da tarde, um médico repassava o boletim diretamente ao familiar. “Uma das ações importantes e até emocionantes, foram os áudios gravados pelos familiares para o ente que se encontrava entubado na UTI, onde a enfermeira transmitia o arquivo no ouvido do paciente”.
Outra ação muito importante, segundo a diretora, eram as vídeo-chamadas realizadas entre os pacientes e suas famílias. “Quando o paciente estava bom antes de ser entubado, a equipe realizava uma chamada de vídeo, mostrando nitidamente qual era a situação do paciente”.
Marly finaliza enfatizando que a melhora do paciente foi comprovada, por isso decidiram divulgar essas ações. “Houve uma melhora do paciente em sua condição de autoestima e saúde mental, ajudando a receber alta rapidamente, por isso gostaríamos de divulgar. Graças a ajuda dos prefeitos e dos munícipes que estiveram conosco nessa caminhada, o Instituto pode manter as portas da UTI abertas e possivelmente receber um prêmio de atendimento diferencial ao paciente acometido pela Covid”.