João Klossoski: de empreendedor a industrial de picolés e sorvetes
Quando abriu a “Q-Delícia” em 1990, ele produzia 140 picolés por semana. Atualmente, por dia, a empresa fabrica 10 mil e atende 60 municípios
Por volta das 17 horas de 12 de outubro de 1990, um grupo de pessoas, liderados por um jovem de 22 anos, retirava da forma alguns picolés de nata. Eram os primeiros de uma então modesta sorveteria, que iniciava suas atividades em Laranjeiras do Sul num local acanhado, mas bem localizado: de frente ao ginásio Laranjão, na avenida Doutor Carmosino Vieira Branco.
O novo empreendedor, João Klossoski, criava então a sorveteria “Q-Delícia”. Já na época, não se tratava de uma pioneira no ramo, já que existiam outras cinco empresas do seguimento no município. Mas passados 31 anos, pode-se dizer que ela tornou-se uma das mais longevas e bem sucedidas da região Centro-Sul.
“A minha primeira máquina era do tamanho de um resfriador comum. Eu comecei comprando um freezer em quatro parcelas e o segundo precisei emprestar dinheiro para dar a entrada. Hoje, tenho mais de 1 mil freezers e temos condições de produzir 3,5 mil picolés por hora”, recorda o empresário.
10 mil picolés por dia
O sucesso é comprovado pelos números – que impressionam. Na década de 1990, João Klossoski fabricava semanalmente cerca de 140 picolés – era o suficiente. Hoje, são produzidos em média, por dia, 10 mil. Num mês com 30 dias, são 300 mil picolés. Em um ano, são 3,65 milhões.
Se Laranjeiras do Sul tem 32 mil habitantes – de acordo a estimativa de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, é a prova de que os sabores da “Q-Delícia” conquistaram outros públicos.
O local onde a sorveteria está instalada segue o mesmo, mas ampliado. Dali, saem produtos distribuídos em 60 municípios do Paraná. “Hoje, temos condições de dobrar a produção”, revela.
São cerca de 30 mil litros de sorvete de bola produzidos em cada mês. Dezembro e janeiro, que coincidem as temperaturas altas com períodos de festas, são os campeões de venda.
Inovação e criatividade
Para cativar o consumidor, é necessário inovar. Entre as novas receitas “mágicas” produzidas na cozinha da Q-Delícia estão os picolés de erva-mate, “Chá das 5” e de caipirinha.
E se nos últimos anos a sociedade anda preocupada com a qualidade dos alimentos, João Klossoski também está adotando a medida. Alguns picolés, como os de abacaxi, banana, manga e morango, já estão sendo produzidos com frutas orgânicas.
João, que já foi vereador, declara ser um entusiasta do desenvolvimento local. Para provar isso, revela a política de incentivo a quem almeja iniciar um “negócio”. “Quem tem interesse em abrir um atacado de sorvete, uma sorveteria, eu costumo bancar tudo. Dou a estrutura e conforme o negócio vai andando vamos acertando”, conta.
Parceria com a UFFS
A nova aposta de João Klossoski está numa parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Através de um projeto desenvolvido pelo professor Julian Perez Cassarino, a sorveteria Q-Delícia vai produzir picolés de frutas nativas da região, como araçá, guabiroba, jerivá (o popular ‘coquinho’), jussara (semelhante ao Açaí), mexerica-comum e uvaia. Só que os detalhes destas novas delícias produzidas na terrinha o leitor acompanhará numa próxima reportagem. Aguarde!