Laranjeiras: Cmei Jardim Alvorada realiza projeto de resgate a clássicos literários infantis

A diretora Marinês Fontanella afirma que as histórias tem valor atemporal e um grande potencial pedagógico. Uma semana inteira foi dedicada à iniciativa

O Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jardim Alvorada, o mais antigo de Laranjeiras do Sul, tem sido um pilar fundamental na educação das crianças da cidade há mais de 30 anos. Sob a direção de Marinês Dambroski Fontanella e a coordenação pedagógica de Cleusa Flores de Souza, a instituição implementou um projeto que resgata clássicos da literatura infantil, proporcionando uma experiência educacional enriquecedora e envolvente.

Há três anos, durante uma reunião pedagógica, a equipe do Cmei decidiu resgatar os clássicos literários. O evento ‘Junho Clássicos Infantis’ visa resgatar histórias antigas, trazendo-as de volta à vida. Marinês explica que a decisão veio ao perceber que as crianças estavam mais expostas a conteúdos midiáticos modernos, como desenhos e vídeos, que embora divertidos, não traziam a mesma riqueza pedagógica dos livros clássicos. “Observávamos que os desenhos atuais estavam muito presentes no dia a dia das crianças, influenciando brinquedos, roupas e até mesmo os livrinhos. Reconhecemos que os clássicos têm um valor atemporal e pedagógico imenso. Decidimos então, fazer uma semana dedicada a esses livros,” comenta.

Inovação

Todos os anos, o projeto é realizado com inovações para manter o interesse e o entusiasmo das crianças. Em anos anteriores, atividades como a construção da ‘casa de doces’ de João e Maria foram um grande sucesso. “As crianças participavam ativamente, decorando a casa com docinhos trazidos de casa e comprados pela escola, culminando em uma celebração conjunta que envolvia todos os alunos e funcionários”, declarou a diretora.

Neste ano, o fechamento do projeto foi feito com a história da Branca de Neve, adaptando a tradicional maçã do amor para uma versão mais saudável, alinhada com a política de alimentação escolar. “Planejamos fazer a casa de frutas, mas percebemos que coincidiria com a semana da alimentação saudável. Então, optamos por finalizar com a Branca de Neve e distribuímos maçãs do amor para todos,” explica Marinês.

As maçãs do amor foram preparadas pela própria diretora, com o auxílio da equipe. “Começamos a produção às 14 horas e terminamos depois das 23 horas, todos trabalhando juntos em uma verdadeira parceria”, afirma.

Ela ainda destaca a participação e dedicação de todos os funcionários do Cmei, que se envolvem profundamente nas atividades, muitas vezes trabalhando além do horário regular. “Se o projeto tem sucesso, é por causa do envolvimento de todos, de forma voluntária e apaixonada. As professoras, estagiárias, funcionários da cozinha, todos se unem para criar uma experiência mágica para as crianças,” afirma Marinês.

Participação especial

Além das atividades temáticas, o projeto conta com a participação especial da professora Cláudia Motta, que interpreta a personagem Lady Flor, encantando até mesmo os alunos mais jovens do berçário com suas histórias.

O impacto do projeto vai além das crianças. Toda a comunidade escolar, incluindo os pais, se envolve e aprecia as iniciativas. “Os pais adoram e sempre nos apoiam. Ver a felicidade das crianças e dos pais ao final de cada projeto é muito gratificante”, diz Cleusa.

A pedagoga ressalta que atividades aparentemente simples, como contar histórias, são extremamente importantes. “Sempre orientamos que a contação de histórias seja realizada com frequência, assim como atividades que envolvam musicalidade, devido à importância da oralidade para as crianças. A consciência fonológica é fundamental: ouvir e internalizar os sons são os primeiros passos. Uma criança só aprenderá a reproduzir aquilo que ela escuta”.

Sequência

Cleusa explica que para dar continuidade ao projeto, foi criado a Maleta Viajante que complementa as atividades temáticas já realizadas em sala de aula, oferecendo continuidade e contexto ao aprendizado das crianças. “Ele se integra à rotina pedagógica, amarrando os pontos das experiências anteriores e proporcionando significado às novas aprendizagens”, finaliza.