Laranjeiras: desenhista Pedro Silvério fala sobre a influência da arte em sua vida

“A partir do momento que tenho contato com o lápis ou com uma lata de tinta, conheço um pedaço a mais de mim que não sabia que existia”, revela o artista

Ainda na infância, o laranjeirense Pedro Felipe Silvério se apaixonou pelo desenho. Aos sete ou oito anos era uma de suas brincadeiras preferidas.

Ele se lembra do pai desenhando rostos, mostrando os entalhes que fazia em madeira, ensinando ao menino alguns macetes, como repassar um desenho de uma folha para outra.

“Com certeza, aquilo foi um precursor, uma abertura para que eu entrasse no mundo da arte”, conta Pedro.

Influencias

Atualmente, o jovem de 18 anos divide seu tempo entre o trabalho de auxiliar de escritório e o último ano do ensino médio. Nas horas vagas, se dedica às artes autorais e trabalhos comerciais de desenho.

Desde pequeno, Pedro sempre estava rabiscando algo. “Buscava novos estilos e maneiras de expressar um pouco de tudo com o desenho”, relata.

O artista se dedica a diversos estilos, do realismo ao Cartoon, porém se identifica mais com o lúdico, como as obras surrealistas e distorcidas de Salvador Dalí. “Procuro estudar e melhorar minhas técnicas em quase todos os estilos, mas prefiro a fuga da realidade, um estilo que expresse sentimento ou leve a pessoa a pensar sobre a obra, o porquê de um detalhe estar ali”, explica Pedro.

Suas influências também são diversas. Ele cita, por exemplo, os grafiteiros ‘Os gêmeos’ Gustavo e Otávio Pandolfo e artistas de Laranjeiras como Jim Halley. “Ele foi meu professor de Artes e Desenho. Me inspiro um pouco em cada artista que conheço”, afirma Pedro.

Autoconhecimento

Para ele, a arte ocupa um papel ressignificante em sua vida, de autoconhecimento. “A partir do momento que tenho contato com o lápis ou com uma lata de tinta spray, eu conheço um pedaço a mais de mim que não sabia que existia”, revela o artista.

A arte sempre esteve em sua vida, mas se intensificou com o conhecimento e criação própria. “Ao mesmo tempo, passei por alguns problemas pessoais. Me perdi de mim mesmo e poder me reencontrar novamente, através da arte, é um barato muito louco, só vivendo para saber como é”, declara Pedro.

Mensagem do artista

Sua arte tem gerado retorno financeiro com a divulgação e venda de desenhos. “Quero me especializar, prosseguir estudando e fazer arte para sempre”, ressalta Pedro.

O desenhista reconhece que viver da arte não é fácil, mas fortalece as esperanças com uma mensagem inspirada em uma fala da atriz Fernanda Montenegro. “Faça o que ama. Se desistir porque é difícil, você vai adoecer, a inquietação vai tirar o seu sono. Se não acontecer, é porque não é o seu ramo. A arte é para todos, mas viver de arte é só para quem ama e dá a vida por isso”.

Por Marcelo Padilha