Laranjeiras do Sul perdeu nesta quarta-feira (16) um de seus pioneiros. Seu Artêmio Zys faleceu aos 84 anos. Ele era um dos mais antigos assinantes do Correio do Povo do Paraná. Seu Artêmio deixou quatro filhas: Izabel, Márcia, Ana e Marli.
Em 2020, em comemoração aos 30 anos de criação do jornal, o Correio publicou uma revista retratando a história e os personagens que ajudaram nesta trajetória. Seu Artêmio foi uma dessas pessoas entrevistadas.
Funileiro, ele abriu em 1972 um estabelecimento – pioneiro no ramo na região. “Ajudei a formar muitos profissionais que trabalham com a funilaria até hoje na cidade”, contou ele.
Ele era um leitor ferrenho do Correio. Na reportagem para a revista, seu Artêmio afirmava que o jornal era a forma que ele encontrava para acompanhar o desenvolvimento de Laranjeiras.
Histórias de Seu Zys
Artêmio Zys foi piloto de avião e contou na revista de uma situação inusitada pela qual passou voando pelos ares da região. Na época, de acordo com ele, a rodovia 277 tinha um movimento bem menor em comparação ao atual. “Eu estava pilotando e o motor começou a passar por uma pane. Me obriguei a fazer um pouso forçado nas proximidades de Nova Laranjeiras. Graças a Deus, deu tudo certo. Cheguei ao chão sem nenhum arranhão”.
A profissão
A funilaria era a paixão de seu Zys, tanto que fazia questão de trabalhar. “Tenho um compromisso comigo mesmo de estar aqui na oficina. Não fico bem se não estiver fazendo o que pretendo. Além do mais, o ramo de funilaria e metalurgia tornam uma profissão artesanal, da qual todos necessitam. O freguês chega com um plano e eu materializo”, disse em 2020.
Ele ainda dirigia e costumava ir para a oficina ler a edição. A reportagem conversou ontem com um dos netos de seu Artêmio, Rodrigo Zys Pereira. Ele falou sobre a relação com o avô. “Meu vô foi um pai pra mim. Sempre esteve presente na minha vida, com aquele jeitinho dele, que sempre parecia estar bravo, mais era uma pessoa muito feliz, uma pessoa honesta, trabalhadora. Sempre lutou pelo que quis, conquistou seus sonhos. Com o passar do tempo ficou velho, mas nunca perdeu a vontade de continuar e lutar pelo que ele gostava de fazer, que era trabalhar. Nunca se conformou de perder a capacidade de enfrentar as coisas como ele fazia quando era novo, pessoa ativa. Não ficava parado um momento. Nos seus últimos momentos de vida, lutou, lutou, lutou, como ele sempre fez, mas infelizmente não conseguiu vencer essa. A missão na terra ele conseguiu cumprir”, disse Rodrigo.