Laranjeirenses relatam experiências com sequelas da Covid-19
Doença considerada nova para a medicina, o novo coronavírus ainda não foi totalmente decifrado, mas enfermeira e pacientes contam detalhes do que passaram
Após a recuperação e o término do isolamento, as pessoas pensam que estão livres dos sintomas e do mal estar que o coronavírus causa enquanto está alojado em nosso organismo, mas, na verdade ainda existem sequelas a serem enfrentadas.
Os sintomas da Covid-19 podem persistir semanas e até meses após o diagnóstico da doença, até mesmo em pessoas que apresentam apenas formas leves, sem necessidade de hospitalização.
Segundo a enfermeira Denise Soares Roxa, as sequelas variam de cada paciente . Como a doença é algo relativamente recente para a ciência, sendo ainda são poucas as evidências, mas nota-se que os pacientes têm ficado com sequelas respiratórias, perca de olfato e paladar, ansiedade, sendo que algumas permanecem por mais tempo. “No meu caso, depois de contrair o vírus, ainda não recuperei totalmente o meu olfato. Tenho um pouco de esforço respiratório em algumas atividades que vou realizar no meu dia-a-dia”.
O laranjeirense Cleverson Augusto Pereira conta que sua recuperação foi tranquila, com medicação, repouso e muita hidratação, tendo alguns sintomas como dor de cabeça, cansaço, tosses e dores pelo corpo. “É uma doença muito complicada, pois além de afetar o corpo durante, deixa sequelas e afeta bastante o psicológico, inclusive para pacientes com poucos sintomas e assintomáticos” relata.
Notando que alguns sintomas ainda persistiam ele sentiu necessidade de voltar ao médico, para entender o porque de seu mal estar. “Inicialmente, não havia nenhuma complicação, porém houve persistência de sintomas com a canseira, dor no peito e dores de cabeça” conta ele.
Após serem feitos alguns exames, ele foi diagnosticado com broncopatia inflamatória, uma inflamação nos brônquios, causando dificuldades para respirar e dores no peito. “A canseira é frequente, bem como as dores no peito e costas, já as dores de cabeça são mais esporádicas” diz Cleverson.
Reinfecção
A reinfecção deve ser demonstrada por dois testes PCR positivos, com intervalo de 90 dias entre ambos, além do sequenciamento genômico mostrando cepas diferentes. De acordo com protocolo do Ministério da Saúde, para confirmar a recontaminação, é preciso provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo.
Denise orienta que não não se deve descuidar em nenhum momento, sempre respeitando as medidas de segurança e higienização, e o distanciamento. “Tudo que estamos vivendo é muito novo, estamos em meio a uma incerteza, não há nada comprovado sobre como cada pessoa ira reagir a reinfecção, como a doença vai se manifestar em cada um, por isso o cuidado deve permanecer” realata.
A enfermeira faz um apelo para que a população se cuide use a máscara de forma correta, faça uso do álcool, pratique o distanciamento social e, quem puder, fique em casa, evitando aglomeração. “Deixem pra visitar e abraçar quando tudo isso passar você pode não desenvolver a doença, mas pode passar para alguém que você ama e essa pessoa pode não ter a mesma sorte que a sua, infelizmente você não vai poder dar aquele ultimo abraço de despedida, nem vai ter aquele ultimo momento junto”.