No Dia do Comerciante também devemos celebrar mulheres empreendedoras
“Historicamente retiradas do mercado de trabalho e sobretudo considerando as dificuldades de fazer negócio no Brasil, as mulheres devem ser prestigiadas”, diz Fátima
O Dia do Comerciante é comemorado anualmente em 16 de julho e a data é destinada a homenagear todos os profissionais que trabalham na área do comércio, ou seja, na venda de produtos e serviços.
Considerado um dos trabalhos mais antigos do mundo, o comércio é uma atividade extremamente importante para o desenvolvimento econômico do país. E um dos principais elementos para que esse crescimento aconteça é a capacidade produtiva da sociedade, que envolve, entre outras coisas, a oferta de mão de obra. Ou seja, o desenvolvimento e, consequentemente, o bem-estar, dependem de pessoas trabalhando e recebendo por isso.
No contexto histórico, mulheres foram estruturalmente retiradas do mercado de trabalho, característica que foi se alterando dos anos de 1970, quando elas passaram a exercer funções consideradas um pouco mais relevantes pela sociedade, como de costureiras, professoras ou funcionárias do comércio.
Mulheres, comércio e pandemia
Neste sentido, no Dia do Comerciante, a revendedora de cosméticos de Cantagalo, Fátima Albuquerque, comemora os avanços no mercado de trabalho para as mulheres e fala sobre como é ser empreendedora no Brasil, principalmente em contexto de pandemia.
“Devemos, nesta data, prestar homenagem a todas as mulheres que conseguiram sobreviver a esse período de restrições, mas, também, a todos os empresários que, embora tenham tentado manter sua empresa viva, não conseguiram, porque as dificuldades foram muito grandes”, comenta Fátima.
Ela continua explicando que, em 2020, o número de contratação de mulheres no comércio cresceu 38,33% no Paraná. “O aumento das mulheres no mercado de trabalho não deriva da questão demográfica, já que elas são a maioria da população, mas sim de uma mudança estrutural, com um número maior de mulheres se tornando chefes de família e com maior nível de instrução”, continua.
A empreendedora ressalta ainda, relembrando o escritor e jornalista brasileiro, Euclides da Cunha, que o empresário brasileiro, especialmente as mulheres, são, antes de qualquer coisa, fortes. E prossegue dizendo que mesmo para as pessoas que não conseguiram manter seus negócios, os aplausos devem ser dados.
“Para alguns faltou apoio, ou não chegou a tempo, mas certamente nunca faltou o empenho para manter seu negócio, porque é da natureza do empresário lutar por sua empresa. Para aqueles que reabriram, apesar das dificuldades ainda existentes, esperamos que a melhora, embora ainda muito lenta, permita que possam retomar as atividades com coragem e dedicação”, conclui ela.