Pequenos negócios lideram na geração de empregos no Paraná
João Gabriel, dono do Laricão Lanches em Laranjeiras fala sobre o início do próprio negócio. “O difícil é o começo, mas quando embala, fica tudo mais fácil”
Os pequenos negócios vêm expandindo a geração de novos postos de trabalho e se tornando responsáveis pela maior criação de empregos dos últimos anos. As micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 8.768 contratações, 97,2% do total, em março passado. Em todo o Brasil esse segmento foi o responsável por 88,9% de todas as vagas de emprego no terceiro mês de 2022. O Paraná se destaca com saldos de 33.200 empregos gerados pelos pequenos negócios, enquanto as médias e grandes empresas (MGE) tem um saldo de 22.587 empregos.
Segundo o Caged as micro e pequenas empresas (MPE) paranaenses despontaram na contratação com carteira assinada. Não apenas no Estado, em todo o Brasil as MPE do setor de Serviços contrataram 74.255 pessoas. São até o momento 273.698 novos postos de trabalho, ainda neste ano. Em 2021 foram criados 143.733 novos postos de trabalho pelas MPE. Ao todo, 83% dos empregos no Paraná são frutos dos pequenos negócios, sendo o quarto estado brasileiro em números absolutos na geração de empregos com carteira assinada.
Ambiente propício
O fato de existirem cada vez mais micro empresas no Brasil e na região propicia um aumento de chances de emprego e contratação com carteira assinada. Muitas pessoas, cada vez mais decidem abrir o seu próprio negócio por diversas razões: ter mais autonomia, flexibilidade, independência financeira. A pandemia fez crescer o número de pessoas que abriram o próprio negócio e se adaptaram com as dificuldades impostas pelo isolamento social. Pessoas que já pensavam, mas temiam arriscar ou ainda não tinham uma segurança financeira para o empreendimento. E que desde então apostaram em ser donos de um negócio só delas, consequentemente gerando empregos, principalmente agora com as aberturas, após a alta dos casos de Covid-19.
A ideia de ter o próprio no negócio pode ser antiga, um sonho pessoal, pode vir de uma conversa entre amigos ou por acaso. João Gabriel de Lara, dono da lanchonete Laricão Lanches, um food truck em Laranjeiras do Sul, conta que a ideia de ter um negócio próprio surgiu durante uma viagem, na qual ele e alguns amigos tiveram a ideia de fazer hamburgueres artesanais. Tendo gostado do resultado e sendo amigo chapeiro de mão cheia, ficaram um mês fazendo hamburgueres para degustar até abrirem o negócio. “Primeiro de tudo, seguindo as normas sanitárias, tivemos que fazer curso de manipulação. Fazer os documentos na prefeitura para poder abrir o MEI que demorou umas duas semanas mais ou menos”.
O microempresário conta que como o food truck é móvel, ele se encaixa em vendedor ambulante e assim eles podem trabalhar em qualquer lugar. “Tivemos também que fazer vistoria na vigilância sanitária, e também pagamos alvará todo mês para manter”, afirma João Gabriel.
Agora com as aberturas advindas da vacinação e baixa de casos de Covid-19, a situação das pequenas empresas, principalmente aquelas que trabalham diretamente no contato com o público vem melhorando. “Na pandemia tivemos muitos enroscos, dificuldades, mas conseguimos seguir em frente e estamos até hoje. Agora acredito que as coisas estão mais fáceis”, relata João.
Ele concorda que as micro empresas têm gerado mais emprego e até pagam melhor. “Já trabalhei em empresas grandes que pagavam mal. Inclusive quem trabalha comigo ganha justamente o ideal para viver bem e trabalhar pouco ainda”.