Projeto da UFFS adquire bioimpressora 3D para criar proteínas alternativas

Com a impressão 3D surge uma grande possibilidade de produção de alimentos à base de células cultivadas, como a carne de laboratório como é conhecida

Visando agregar mais tecnologia e trazer mais uma alternativa aos processos de produção de alimentos, um projeto desenvolvido na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Laranjeiras do Sul adquiriu recentemente uma bioimpressora 3D que permitirá a impressão de alimentos.

A iniciativa é do projeto de pesquisa ‘Gryllus assimilis como proteína alternativa para alimentação humana e animal’, coordenado pela professora Vania Zanella Pinto. O projeto é multidisciplinar e envolve os cursos de Agronomia, Ciências Biológicas, Engenharia de Aquicultura, Engenharia de Alimentos, Ciências Econômicas e os mestrados em Ciência e Tecnologia de Alimentos e em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.

Processamento de grilos

A pesquisa foi iniciada em 2021 e busca estudar os efeitos do processamento dos grilos adultos e a sua estabilidade no armazenamento; avaliar o processamento, caracterização e desenvolvimento de produtos; além de avaliar a digestibilidade, qualidade nutricional, desempenho zootécnico e metabólico de tilápias alimentadas com grilo, entre outros. Além disso, a pesquisa pretende testar o uso de tecnologias emergentes, por exemplo, a elaboração de produtos com farinha de grilo, utilizando a tecnologia de impressão 3D de alimentos e outras estratégias inovadoras de processamento.

Proteínas alternativas

“Neste aspecto, a impressão 3D surge como uma grande possibilidade na produção de alimentos à base de células cultivadas, como a carne de laboratório como é conhecida. Com a bioimpressão 3D conseguimos produzir alimentos à base de proteínas isoladas, no caso do nosso projeto será a proteína de grilo, e transformar isso em um alimento que tenha textura, crocância, que tenha sabor, seja suculento e seja atrativo para o consumidor”, esclarece a pesquisadora Vania.

Para a professora, “na cultura ocidental não temos o hábito de comer insetos, então existe uma certa rejeição pois é algo novo, diferente e um tanto inusitado, mas podemos transformar o inseto em uma farinha e essa farinha em um alimento com uma estrutura 3D, com formato e características semelhantes ao que nós temos de memória afetiva, e assim conseguimos melhorar a aceitação pelos consumidores”, relata Vania.

A aquisição da bioimpressora 3D tem como objetivo possibilitar a transformação de proteínas alternativas em alimentos com formatos e texturas diferenciadas, imitando alimentos que conhecemos, como carne, biscoito ou vegetais, entre outros.