Projeto “Mais Flor Por Favor” da UFFS desenvolve o cultivo e pós-colheita de girassóis de corte
Os experimentos feitos na área são parte do desenvolvimento trabalho de conclusão de curso (TCC) de três alunas
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Laranjeiras do Sul, desenvolve o projeto “Mais Flor Por Favor”, coordenado pela professora Cláudia Lima, Josimeire Leandrini e pelo engenheiro agrônomo Edemar Baranek, técnico administrativo em educação. Alunos do Grupo PET e do Grupo de estudos em Horticultura colaboram nas atividades. O projeto faz parte de outro projeto de alcance nacional chamado “Flores para Todos” (PhenoGlad), comandados pelos professores Nereu Augusto Streck e Lilian Osmari Uhlmann, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSM).
O “Mais Flor Por Favor” desenvolveu pesquisas e experimentos com base no cultivo e pós-colheita da produção de girassol de corte, cultivar Vicent’s Choice. As atividades iniciaram em janeiro e duraram até abril. Outro objetivo do projeto, segundo a professora Cláudia é disseminar a prática da floricultura como opção de renda e de diversificação de culturas para agricultores familiares. As atividades farão parte do desenvolvimento de trabalhos de conclusão de curso (TCCs) de três alunos de Agronomia.
Organizado em diversas etapas, o projeto realizou em 2020 um experimento com gladíolos (Palma de Santa Rita), em 2022, experimentos com girassol de corte, usado como ornamentação: um de cultivo, outro de pós-colheita e um que ainda será executado, para avaliar dos custos de produção.
Desponte no girassol de corte
O primeiro experimento busca analisar em blocos completamente casualizados a influência do desponte (poda) no girassol de corte, cultivado em três densidades de plantio. Intitulado “Desponte em girassol de corte produzido em sistema orgânico de produção”, o experimento foi desenvolvido pela acadêmica Cintia Izabela Vienc Hilatchuk no setor de horticultura, que faz parte da área experimental do campus local.
Para este experimento foram produzidas mudas vindas das sementes de girassol da cultivar Vincent’s Choice. Em seguida foram transplantadas para os canteiros de cultivo, que conta com aproximadamente 1 mil plantas. Os processos de adubação e tratamentos fitossanitários foram feitos segundo a legislação de orgânicos vigente.
A pesquisa, que utilizou três técnicas, sem desponte, com desponte e permanência de duas hastes florais, com desponte e permanência de quatro hastes; deu conta de avaliar a fenologia, altura de plantas, número de folhas, área foliar, clorofila, tortuosidade em hastes, comprimento da haste, diâmetro da haste e diâmetro do capítulo. Segundo o estudo a técnica de desponte gerou hastes laterais, mas não condizentes com o tamanho comercial.
Pós-colheita
O outro experimento, sobre a pós-colheita, desenvolvido pela acadêmica Fátima Drabeski, verificou a influência das soluções de sacarose na conservação pós-colheita de hastes de girassol de corte. Desenvolvido no laboratório de horticultura, usou as hastes de girassol produzidas pelo experimento de sua colega Cintia.
No processo foi utilizado o delineamento bifatorial, completamente casualizado. As hastes florais foram colocadas em duas soluções conservantes, com sacarose (açúcar) e sem sacarose e armazenadas durante cinco períodos (0,3,6,9 e 12 dias), em temperatura ambiente (20ºC ±2).
Foi analisado o diâmetro do caule e do capítulo, escurecimento do caule, secamento das pétalas, escurecimento e queda de pétalas, diâmetro da base, longevidade, absorção de solução, deslocamento do pescoço (bent neck) e coloração das pétalas e inflorescência.
Segundo o resultado do experimento, a presença de açúcar manteve a conservação das hastes.
Verificação de custos
A verificação dos custos do cultivo do girassol de corte foi trabalhada pela acadêmica Yanara dos Santos Ribeiro, como parte de seu TCC. Ela vai utilizar as informações dos custos para implantação do experimento de campo, que envolve sementes, produção das mudas, preparação dos canteiros, adubações e tratamentos fitossanitários, entre outros.