“Quando você coloca amor no que faz, o resultado final é sempre o melhor”, diz Sandro Martin
Pedreiro há 22 anos, ele acredita que apesar de profissão ser pouco valorizada, sente muito orgulho de ser reconhecido pela qualidade de seu trabalho
Neste Dia do Trabalhador da Construção Civil, celebramos os profissionais que erguem verdadeiras obras de arte com as próprias mãos. Entre eles, está o laranjeirense Sandro Martin, um pedreiro com 22 anos de experiência. Iniciando sua trajetória profissional aos 14 anos, Sandro foi influenciado por seu tio, que era mestre de obras em Curitiba. Hoje, ele reflete sobre como essa escolha profissional trouxe estabilidade financeira, embora ainda enfrente desafios relacionados à valorização de sua profissão na sociedade.
As raízes da profissão
Sandro conta como começou sua vida profissional. “Comecei com 14 anos. Meu tio morava em Curitiba e trabalhou como mestre de obras por muitos anos na Camargo Corrêa. Quando ele saiu da empresa, passou a tocar serviços por conta própria. Eu entrei para ajudá-lo, e na época, nem betoneira a gente tinha. Lembro bem de quando preparávamos massa de forma manual”, recorda Sandro.
Com o passar dos anos, ele acumulou experiências em diversas obras, incluindo projetos em Curitiba e Goiás, até se tornar consultor civil. “Hoje, sou bem-visto na Engenharia, e sem reclamações nos serviços que faço, graças a Deus”, afirma. Para Sandro, a reputação é fundamental. “O cliente precisa confiar em mim. A palavra é tudo nesse ramo”.
A paixão pela construção
Sandro sempre teve uma paixão pela construção. “Desde criança, quando morava com meus avós, já gostava de construir ‘casinhas’. Essa paixão me motivou a seguir nesse caminho. Eu realmente gosto do que faço e procuro sempre fazer o trabalho com amor e dedicação”, destaca.
“Quando você coloca amor no que faz, o resultado final sempre vai ser o melhor. Não é só uma questão de acabar o trabalho, é sobre fazer bem feito e com qualidade qualquer obra. A satisfação do cliente é meu maior objetivo”, complementa.
Compromisso com a qualidade
Ao atender seus clientes, ele se dedica a garantir a qualidade do serviço. “Quando pego uma obra, procuro sempre fazer o melhor possível e garantir a satisfação do cliente. Acredito que um serviço bem-feito é recompensado pelo boca a boca”, explica. Sandro se esforça para evitar desperdícios, pesquisando preços e comprando materiais nas lojas que oferecem os melhores valores. “Eu sempre digo que cada centavo conta. Se puder economizar e ainda assim entregar um bom serviço, vou fazer isso. O cliente merece o melhor que eu posso oferecer”, enfatiza.
A evolução da construção civil
Sobre as mudanças na construção civil ao longo dos anos, Sandro observa que “o sistema de construção está bem diferente”. Ele menciona a evolução dos materiais e ferramentas, como a introdução de porcelanatos e equipamentos mais sofisticados que facilitam o trabalho. “Antigamente, usávamos cal fino; hoje temos massa corrida. Mudou muito”, diz.
“As tecnologias ajudam muito, mas o conhecimento prático ainda é essencial. O que você aprende na teoria é importante, mas é na obra que você realmente aprende a lidar com os desafios”, acrescenta.
Enfrentando desafios
Sandro também reflete sobre os desafios que enfrenta. “Acho que o maior desafio é ter amor pelo trabalho. O importante é gostar do que faz, do contrário, você não vai conseguir”. Ele realça que, muitas vezes, precisa corrigir o trabalho mal feito por outros, o que pode ser muito mais difícil do que iniciar uma obra do zero. “Muitas vezes, o que deveria ser simples se torna complicado porque alguém não fez direito. Isso demanda muito mais esforço e acaba atrasando o cronograma”, lamenta.
Experiência
A experiência adquirida ao longo dos anos é fundamental, e ele compartilha suas vivências em obras que marcaram sua carreira. “Uma delas é a obra do seu Teófilo, na qual revitalizei completamente sua casa. Esse projeto se tornou uma referência importante em meu portfólio, sendo frequentemente citado para muitas pessoas”, conta. Sandro se orgulha da reputação que construiu ao longo dos anos.“As amizades e o respeito que ganhei nesse tempo valem mais que qualquer coisa”.
Falta de valorização
Quanto ao sentimento de valorização de sua profissão, sandro diz que poucas pessoas realmente valorizam, a maioria acha que é fácil, ou é só bater a colher para rebocar parede. “Ainda falta muita valorização da parte da sociedade em relação à nossa profissão. Quando eu passo o preço de um muro, muitas pessoas acham caro, mas elas esquecem que não é só fazer o muro. Há toda uma estrutura por trás: a fundação, os cálculos de materiais, a ferragem, o alinhamento… Não adianta construir um muro que vai cair em pouco tempo. Além do esforço físico, existe todo um conhecimento que está incluso nesse valor, a experiência que adquiri ao longo dos anos. Cada centavo do preço é justificado pela qualidade e segurança”.
Dicas
Para quem deseja ingressar na construção civil, ele aconselha a “procurar aprender com pessoas experientes e ter força de vontade”. Ele ressalta a importância da prática no aprendizado. “Não adianta fazer um curso rápido, precisa ver e praticar na obra. A experiência é insubstituível”.
Sobretudo, Sandro diz que o principal conselho para os jovens é de que realmente precisa gostar. “Para trabalhar com construção, o principal requisito é gostar do que faz. Tem que amar começar algo do zero e fazer ficar pronto, não adianta fazer somente pelo dinheiro”, aconselha.
Olhando para o futuro
Por fim, o profissional comenta sobre o futuro. “Meu sonho é comprar e morar em uma chácara e ter umas vaquinhas. Quero trabalhar mais um ano e, em seguida, me estabelecer em um sítio, dando mais atenção à minha família”. Ele acredita que o trabalho duro vale a pena. “A vida é feita de escolhas, e eu escolhi trabalhar para proporcionar uma boa vida para minha família, não fiquei rico, mas consigo proporcionar algo digno para quem eu amo”.
Neste Dia do Trabalhador da Construção Civil, a história de Sandro Martin é um exemplo de dedicação e amor pelo que faz, destacando a importância do trabalho e da qualidade nos serviços prestados.