Segunda safra de feijão é estimada em 1.800 kg/ha no Núcleo Regional de Laranjeiras

Com 95% da produção colhida e apesar da queda de áreas plantadas, a média está dentro do esperado. “As melhores produtividades obtidas foram registradas em Porto Barreiro”, disse o economista do Deral, Edson de Oliveira

A nova Previsão Subjetiva de Safra, divulgada no final de junho, pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), mostra que a produção de grãos no Paraná no ciclo 2022/23 deve gerar 46,6 milhões de toneladas em uma área de 10,85 milhões de hectares.

Se confirmada, a produção representará um aumento de 37% no volume comparativo à safra 2021/2022, que gerou 34,1 milhões de toneladas e sofreu influência das adversidades climáticas. A área é semelhante à da safra anterior, quando os agricultores paranaenses plantaram 11 milhões de hectares.

Feijão

Com uma área de 292 mil hectares plantados e uma estimativa de produção de cerca de 506 mil toneladas, a segunda safra de feijão está se aproximando do final da colheita.

Até a presente data, aproximadamente 90% da área já foi colhida e o restante deverá ser concluído nos próximos dias. Exceto pela região Sudoeste, que enfrentou alguns problemas pontuais devido a alguns dias de chuva, o restante do estado contou com clima seco, resultando em excelente qualidade do produto colhido.

A comercialização já atingiu cerca de 55% da produção total estimada para esta segunda safra. Devido à época de grande oferta de feijão, o que é comum para este período, os preços do feijão tipo cores têm apresentado queda nas últimas semanas. Por outro lado, o feijão preto, cuja oferta é menor, tem registrado aumento nos preços recebidos pelos

produtores. Na última semana, o produtor recebeu, em média, R$ 229,00 por saca de 60 kg de feijão de cores, representando uma redução de 6% em relação ao período anterior. O feijão preto também foi comercializado, em média, a R$ 229,00 por saca de 60 kg, o que representa um aumento de 10% em relação à semana anterior

Núcleo regional
Conforme o economista e técnico do Deral, Edson Gonçalves de Oliveria, no Núcleo Regional em que Laranjeiras e a Cantu se enquadram, foram plantados 11 mil ha de feijão na 2ª safra, com a produtividade esperada de 1.750 kg/ha, em torno de 70 sacas por alqueire. “Estamos com 95% de área colhida. Houve redução de 47% na área plantada, em função do atraso na colheita da safra de verão e das últimas plantações afetarem a produtividade. Nesta safra, os números na média da regional estão dentro do esperado.

As melhores produtividades obtidas foram em Porto Barreiro, e as piores, na região de Guaraniaçu. 80% do feijão plantado é preto, e apenas 20% é cores, o que resulta em uma boa rentabilidade ao produtor, visto que o cores despencou de preço ao longo da safra”, relata o economista.

Outros grãos

Soja: Os números apontam uma produção recorde de 22,45 milhões de toneladas de soja no Paraná. Porém, a comercialização da safra segue lenta. Historicamente, até junho a comercialização gira em torno de 70%. Nesta safra, porém, o percentual atingiu 51%.

Trigo: O plantio de trigo chegou a 96% da área estimada de 1,39 milhão de hectares. A projeção de área supera em 12% o semeado na safra anterior, mesmo depois de alguns produtores desistirem da cultura no último momento. As desistências ocorreram devido aos preços em queda no mercado interno, como mostrou o Relatório de Preços recebidos pelo produtor. Em junho, a saca de trigo foi comercializada a R$ 66,34, em média, acumulando sete períodos de retração e registrando valores 38% menores do que os praticados em junho de 2022.

Milho: Com condições de clima favoráveis na última semana, a colheita da segunda safra de milho 2022/23 avançou e atingiu 3% da área total estimada de 2,4 milhões de hectares. A colheita concentra-se nas regiões sul e oeste do Estado. Historicamente, a colheita inicia pela região sul do Paraná, avançando para Oeste e Centro e finalizando com o norte. No campo as lavouras apresentam condições estáveis quando comparadas à semana anterior. Da área a colher, 82% tem condição boa, 15% condição mediana e 3% tem condição ruim de desenvolvimento.