TULS apresenta projetos para 2025
As ações incluem oficinas, apresentações, musicalização, entre outras. De acordo com a fundadora Serli Andrade, “os projetos serão desenvolvidos em diversos espaços”
Integrantes da Associação Teatro Unificado de Laranjeiras do Sul (TULS) iniciaram a execução de projetos culturais viabilizados pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab) de 2024, em parceria com a gestão pública municipal e instituições de ensino. As ações incluem oficinas de teatro, apresentação de bonecos, musicalização e poesia, artesanato, hip-hop e artes plásticas. As atividades ocorrem em parceria com instituições públicas e privadas de Laranjeiras do Sul, como o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Ceebja), outras escolas estaduais e municipais, Centro de Socioeducação (Cense), associações de moradores e clubes de mães, visando promover o acesso gratuito da população à arte e cultura.
De acordo com a fundadora do TULS, a jornalista e atriz Serli Andrade, entre fevereiro e junho, sete integrantes do coletivo desenvolverão projetos em diversos espaços para públicos distintos. “Somos um coletivo de teatro com sede em Laranjeiras, que atua na região desde 2015 e que também vem se experimentando no audiovisual. Como temos artistas com habilidades em diferentes expressões artísticas, estamos ofertando uma diversidade de ações. Importante registrar ainda, que no último edital municipal da Pnab de 2024, só teve uma modalidade com um único valor de R$ 4.250,00 por projeto, o que não é condizente com a atuação de coletivos culturais. Então, tivemos que concorrer, cadastrando projetos individuais (pessoa física) nas áreas culturais de maior afinidade de cada integrante. Como somos adeptos do trabalho em coletivo, temos contribuído uns com os outros, nos diferentes projetos que estamos à frente, como forma de nos manter como um coletivo”, explica Serli.
Objetivo
O propósito das oficinas é formar plateia e contribuir com o surgimento de novos artistas. “A política pública de cultura que o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura (Minc), vem fazendo chegar aos Estados e municípios brasileiros têm revolucionado o setor cultural e exige que os municípios deem suporte com a gestão dos recursos. É a primeira vez na história do Brasil que os artistas populares vêm tendo a condição de viabilizar seus trabalhos, resultando no aumento de produções culturais e na aproximação do público com essas iniciativas que envolvem e valorizam os saberes culturais locais e coletivos. Isto contribui tanto para a formação de plateia como para o interesse de novos artistas em produzirem e não só consumirem culturas enlatadas”, complementa.
Projetos em andamento
Serli levará para o Ceebja seu projeto “Teatralizando Sonhos”. Gilvani Leite e Júlio Queiroz apresentarão no Cense os projetos “O verso da Poesia” (poesia e musicalização) e “Mais que Mil Palavras” (fotografia), respectivamente. Elizabeth Castro, figurinista e artesã, oferecerá a oficina “Chinelarte” no Clube de Mães do Bairro São Miguel. Eduardo Oliveira e Eduarda Roth desenvolverão os projetos “Hip-hop além dos muros” e “O Grito Revelado pelo Espalhar das Tintas” no Cense e no espaço comunitário do Bairro São Miguel. A presidente da associação cultural TULS, Aninha Oliveira, apresentará o teatro de fantoches “Mitos e lendas dos Povos Indígenas do Sul do Brasil” para crianças de 6 a 10 anos em quatro escolas municipais de Laranjeiras do Sul.
Aninha destaca a importância de seu projeto para a valorização da cultura indígena. “O Brasil possui uma rica diversidade cultural, marcada, inclusive, pela presença de diversos povos indígenas. No entanto, suas histórias e tradições muitas vezes são marginalizadas e pouco conhecidas pela sociedade. O projeto ‘Teatro de Fantoches: Mitos e lendas dos Povos Indígenas da Região Sul do Brasil’ surge como uma iniciativa inovadora para promover a valorização da cultura dos povos Kaingang e Guarani, dois dos principais povos indígenas da região Sul. A escolha desses povos se justifica por sua significativa presença histórica na região e pela importância de suas narrativas para a compreensão da identidade e da cosmovisão indígena”, explica.
Parceria com o Estado do Paraná
Outro projeto de maior complexidade desenvolvido pelo TULS é a roteirização de um filme de média-metragem (70 minutos), do gênero documentário, cuja contrapartida será a montagem e exibição pública da peça documental “Periferia, Mulheres e Cotidiano”. O projeto, viabilizado pela Lei Paulo Gustavo por meio da Secretaria de Estado da Cultura e PrFilme, começou em julho de 2024 com um processo formativo em audiovisual, envolvendo uma equipe de seis profissionais de diferentes áreas artísticas. Em seguida, avançou para a pré-produção e gravação com 30 mulheres de nove comunidades periféricas de Laranjeiras do Sul, tanto urbanas quanto rurais. Atualmente, encontra-se na etapa de roteirização, com estreia do documentário prevista para 28 de junho.