Você sabe o que é esporotricose? Saiba quais são os sinais da doença nos gatos
Causada por fungos, os felinos são suscetíveis já que costumam subir em árvores e se ferem, o que pode levar ao contato. A médica veterinária Edenise Damiani fala do assunto
Recentemente a prefeitura de Nova Laranjeiras lançou uma campanha de combate a esporotricose, baseada nas normas estabelecidas pelo Governo do Paraná em conjunto com a secretaria do Desenvolvimento Sustentável, Instituto Água e Terra e secretaria estadual da Saúde. A resolução determina que a destinação final adequada para as carcaças de animais com esporotricose é a incineração, e que os tutores de animais com suspeita ou diagnóstico da doença devem informar a sua morte aos serviços de meio ambiente, vigilância em saúde ou outro serviço municipal responsável para recolhimento da carcaça, que deve ser mantida isolada em saco plástico.
Para um melhor entendimento sobre o que é a esporotricose, quem ela atinge, e as formas de tratamento e prevenção, a médica veterinária e professora do Centro Universitário Campo Real Laranjeiras do Sul, Edenise Damiani, nos fornece mais detalhes.
O que é?
Para a veterinária, a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelos fungos da espécie Sporothrix schenckii. “Este fungo pode estar presente no solo, palhas, vegetais, espinhos e madeira”.
Ela explica que o período de incubação da doença varia, podendo ir de 7 a 30 dias e, em alguns casos, até 150 dias após a entrada do fungo no organismo. “A doença pode acometer pessoas e animais, principalmente os gatos”.
Como os gatos adquirem?
De acordo com Edenise, os gatos são particularmente suscetíveis à esporotricose devido ao seu comportamento. “Os gatos têm incidência maior devido ao seu habitat, ou seja, costumam fugir de casa e subir em árvores, e geralmente se ferem, o que pode levar ao contato do fungo com a pele ou mucosa por meio do trauma decorrente de acidentes com espinhos, lascas de madeira, contato com vegetais em decomposição, arranhadura ou mordedura”, detalha a veterinária.
Sintomas
A profissional explica que os sintomas mais comuns em gatos incluem feridas de difícil cicatrização na face e patas, que podem se espalhar pelo corpo e apresentar conteúdo purulento. “Além disso, pode haver inapetência, emagrecimento e sintomas respiratórios, como espirros e secreções nasais”.
Transmissão
“A transmissão da esporotricose ocorre pelo contato direto com o fungo, que pode estar em lesões causadas por espinhos, lascas de madeira, solo e vegetais contaminados”, afirma. Edenise ainda enfatiza que não há transmissão direta de um indivíduo para outro e que o felino não deve ser visto como o mal da doença. “O gato tem levado a fama de vilão, embora, não seja”, assegura.
Tratamento e prevenção
A especialista afirma que a esporotricose é uma doença curável, mas pode se tornar grave e até fatal para os felinos se não for tratada adequadamente. “O ideal é prevenir, ou seja, evitar que os animais fiquem livres à rua. Colocar telas nos quintais e janelas, para que eles não fujam de casa, diminuindo assim a incidência de ferimentos, entre outros riscos”, recomenda Edenise.
Em relação ao tratamento, ela revela que consiste em medicamentos antifúngicos e expectorantes. “Lembrando que, ao mínimo sinal clínico de doença, os animais devem ser levados ao médico veterinário, para poderem ser atendidos adequadamente e, eleito o tratamento adequado para cada paciente em específico”, finaliza.