Nutricionista alerta sobre dietas restritivas

Marlise Damiani diz que estes regimes só devem ser aplicados em casos de patologia, intolerância ou alergia

Muitas pessoas se afundam em dietas restritivas sem fundamento científico que prometem secar incontáveis quilos em um intervalo de tempo muito pequeno na desesperada vontade de perder peso de forma rápida e fácil. Há uma associação que é erroneamente feita entre alimentação saudável e alimentação restritiva, mas há uma grande diferença entre as duas. Enquanto as dietas restritivas são vistas como tratamentos imediatistas, a alimentação saudável faz parte de uma rotina planejada, elaborada e duradoura.

Um adulto sem problemas de saúde consome em média 2.000 kcal diárias. Este mesmo adulto, quando adere a uma dieta restritiva, pode passar a consumir entre 1000 e 1200 calorias diárias ou em alguns casos mais radicais, entre 500 e 800 calorias diárias. Mas quando o assunto é alimentação saudável, se engana quem pensa que o ideal é comer apenas salada. Uma boa alimentação está relacionada à ingestão equilibrada dos nutrientes necessários para suprir as demandas diárias. O carboidrato, por exemplo, muitas vezes é associado ao ganho de peso de forma equivocada.

Visão de uma profissional

A nutricionista Marlise Rech, de Laranjeiras do Sul, acredita que para melhorar a alimentação e ter um estilo de vida saudável, é necessário lembrar sempre das leis da nutrição: quantidade, qualidade, harmonia e adequação. A quantidade de alimentos consumida diariamente, deve estar de acordo com as necessidades calóricas de cada organismo, ou seja, a quantidade que ele necessita para cobrir seus gastos energéticos.

Não podemos esquecer que quanto mais diversificada as refeições, um maior aporte de nutrientes teremos. Outra coisa é a harmonia, pois as substâncias não agem isoladamente. É necessário haver um equilíbrio entre elas e por último a alimentação deve ser adequada a cada organismo, levando em consideração seu estado fisiológico, idade, hábitos alimentares, condições socioeconômicas, entre outras, afirma.

Restrição

Outra consideração feita pela nutricionista é de que não devemos nos privar e restringir totalmente um determinado alimento, precisamos de todos. Cada um em sua particularidade oferece os nutrientes necessários, afirma. Segundo ela, a alimentação saudável muitas vezes é confundida com dietas para emagrecer, e que a grande maioria das matérias que se dizem informativas são na verdade formas veladas de fazer publicidade de alimentos ultra processados, portanto se deve tomar cuidado e sempre certificar-se que estamos fazendo o melhor. Uma dieta restritiva deve ser administrada para um indivíduo que tenha alguma patologia, intolerância ou alergia de um determinado alimento, completa.

Para a nutricionista, deve ser feita sempre uma análise de cada indivíduo para aí sim, diminuir, substituir e até evitar, principalmente aqueles alimentos que sabemos fazer mal como: alimentos processados ricos em sódio e açúcar (embutidos, margarina, refrigerante), farinhas refinadas, frituras. Devemos sim substituir essa alimentação por alimentos in natura como: frutas, verduras, legumes, grãos, carnes frescas. E vale sempre lembrar a população de procurar um profissional antes de tentar qualquer dieta, e que só eles sabem qual é a melhor dieta para cada tipo de pessoa, completa.