PDT, de Ciro Gomes, se une a Bolsonaro pelo voto impresso em 2022

Aliado improvável na cruzada pelo voto impresso, Carlos Tupi, presidente do partido, publicou um vídeo ontem (28) manifestando sua opinião

O presidente Jair Bolsonaro ganhou, na quinta-feira (28), um aliado improvável na cruzada pelo voto impresso nas eleições do ano que vem. Presidente nacional do PDT, de Ciro Gomes, Carlos Lupi divulgou um vídeo nas suas redes sociais defendendo a medida.

Em tempo: o TSE atesta que as urnas eletrônicas possuem diversos recursos que possibilitam a auditagem, como o registro digital do voto, log da urna, auditorias pré e pós-eleição, auditoria dos códigos-fonte, lacração dos sistemas, tabela de correspondência, lacre físico das urnas, e identificação biométrica do eleitor, entre outros.

A mensagem de Lupi, que foi ministro de Lula e Dilma, aponta que Leonel Brizola — líder histórico do PDT morto em 2004 — já defendia a impressão do voto desde o surgimento da urna eletrônica, há 25 anos.

“Pra que possa votar lá, apertar o numerozinho do seu candidato, apertar o 12, e você ver aquele papelzinho, como se fosse esse papel que a gente quando paga com cartão de crédito tem como recibo, cair numa urna transparente e ficar ali guardado. Quando se tiver desconfiança ou quando se tiver uma votação muito diferente de locais, você pode conferir esse voto. É esse o segredo de toda democracia no mundo: a possibilidade de recontagem, de conferência de voto”, justificou o dirigente da sigla.

Na sequência, ele se referiu ao fato de estar ao mesmo lado dos bolsonaristas na defesa da mudança eleitoral, mas sem citar o presidente. Atualmente, uma comissão especial na Câmara dos Deputados analisa uma PEC da bolsonarista Bia Kicis, para incluir o voto impresso na Constituição.

Opiniões

O debate está posto. O presidente da Câmara dos deputados instalou comissão especial para discutir a emissão de uma cédula do voto eletrônico a ser depositada em uma urna física (PEC 135/19) em referendos, plebiscitos e eleições no país. Por isso, entender o papel dos dois lados, dos que se posicionam contra ou a favor, é necessário para que a população perceba o que acontece pelos bastidores da política brasileira e se posicionarem frente ao que consideram mais justo.

Os defensores do voto impresso argumentam em relação a manutenção da democracia. Segundo Andrea, assessora da deputada estadual, cantora Mara Lima, países como os Estados Unidos e de primeiro mundo, ainda adotam esse sistema por uma questão de segurança na contagem de voto. “Minha posição é: por que não copiarmos se tem dado tão certo em outro país? Retomar o voto impresso traz a certeza de que ele foi colocado na urna e teve sucesso. E, ainda, esse novo retorno deveria ser realizado com fundos partidários”.

Já para os que são contra o retorno desse tipo de contagem, levam em consideração os gastos que seriam necessários para tal ação e argumentam sobre a seguridade das urnas eletrônicas. “O custo estimado para a impressão do voto é de 2 bilhões de reais. Com esse dinheiro daria para pagar três milhões de benefícios do auxílio emergencial, não no valor de 150 reais de Bolsonaro, mas sim no de 600 reais. Além disso, as urnas eletrônicas têm cerca de 30 camadas de segurança e nenhum componente do sistema é ligado à internet, o que impede o acesso de hackers. São 25 anos sem nenhuma fraude”, expôs o deputado federal Carlos Veras.

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