As Constelações Familiares entraram no campo do Direito, através do Juiz Sami Storch, que iniciou seus estudos nessa área no ano de 2004, quando teve seu primeiro contato com a terapia das constelações familiares e percebeu que, alem de ser uma terapia altamente eficaz na solução de questões pessoais, o conhecimento desse método apresentava potencial imenso para utilização na área jurídica.
Quando se tornou juiz, Sami Storch já fazia formação em constelações familiares e como as leis sistêmicas se aplicam as nossas relações, percebeu que poderia fazer uso das mesmas, para auxiliá-lo em seu mister de juiz.
A primeira vez, que utilizou as constelações familiares, foi durante a disputa pela guarda de uma menina de quatro anos, isso em 2010, quando trabalhava em Palmeiras (a 450 km de Salvador). No caso em questão, mãe e avó queriam a responsabilidade e trocavam acusações serias. Sami Storch percebeu que o caso não poderia ser solucionado apenas com uma decisão sobre a guarda da menina, já que qualquer que fosse a decisão, permaneceria o drama e o sofrimento da menor, causado pela disputa entre mãe e avó.
No dia da audiência, levou consigo um kit de bonecos, que utiliza para a prática de terapia de constelações familiares, no atendimento individual e, quando chamou a menina para ser ouvida, colocou os bonecos encima da mesa, pedindo para que ela posicionasse os brinquedos e montasse a historia da família, mostrando quais bonecos representava cada membro da família:
Perguntou, então, onde a menina se sentia melhor, o que acontecia quando se aproximava da mãe ou da avó e outros personagens da família. E ela pode se expressar que se sentia melhor com a mãe, ainda que representasse um carinho grande pela avó e que ficasse bem com as duas.
Desta forma, a mãe, a avó e os advogados viram a verdade dos fatos naquela dinâmica. Anteriormente outro juiz tinha tirado a guarda da mãe, mas quando a menina se expressou pela constelação, o desejo da infante ficou muito claro para todos, colaborando para resolução dos fatos.