Biodigestores são implantados na área rural de Reserva do Iguaçu
Em parceria com as secretarias de Meio Ambiente e Agricultura, o projeto foi criado com a intenção de destinar adequadamente o esgoto doméstico
No início desta semana, as secretarias de Meio Ambiente e Agricultura de Reserva do Iguaçu desenvolveram atividades em prol do meio ambiente no interior do município, implantando biodigestores rurais.
O projeto, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem como principal objetivo, destinar de forma adequada o esgoto doméstico nas propriedades rurais, devido ao fato de não haver sistema público de coleta e tratamento de esgoto.
Implantação
Conforme o representante do Meio Ambiente e engenheiro florestal, Ademar Capra, por se tratar de um recurso ambientalmente adequado e de baixo custo, poderá ser implantado em todas as propriedades rurais. “Pensando que toda a população merece água de qualidade, principalmente as que estão próximas às nascentes ou olhos d’água, serão contempladas com os biodigestores, para que direcionem o esgoto e não contaminem rios e córregos que abastecem toda a cidade”.
Confecção
Utiliza-se, na fabricação dos biodigestores, pneus inservíveis, o que torna o sistema ecologicamente correto. Após a abertura de um buraco de um metro de largura por quatro de comprimento e 1,3 de profundidade, faz-se um túnel de pneus em pé e em seguida é feito um isolamento com plástico em toda sua extensão, proporcionando um ambiente favorável a bactérias anaeróbias já que o material fica abaixo do solo sem espaço para entrada de oxigênio no ambiente que receberá o esgoto para biodigestão e mineralização. Logo, esse processo torna esse esgoto, agora tratado, propício para uso como biofertilizante para as plantas. Para isso é necessário a utilização de plantas com folhas largas e boa capacidade de absorção/translocação de água.
A partir daí, o esgoto produzido é absorvido por plantas como bananeiras, taiobas, mamoeiros e caetés, que além disso, consomem os nutrientes em seu processo de crescimento, permitindo que a bacia nunca encha.
“Recebemos da Copel, nossa parceira, mais de mil mudas para compor nosso projeto e é nítido a eficácia do biodigestor”, conta Ademar.
Conforme Capra, esse processo vem ao encontro de um problema gerando a solução, tendo em vista que em áreas rurais ainda não é possível a instalação do sistema de coleta e tratamento de esgotos sanitários. “O que geralmente ocorre é que as famílias rurais, além de não tratar o esgoto produzido, ainda consomem dessa água, que na maioria das vezes, está contaminada, o que torna os problemas ainda mais graves”, enfatiza.
“Pensando na saúde ambiental e humana, esse é um sistema barato e de fácil instalação, resolvendo de uma só vez um significante problema de saúde pública municipal”.
A primeira bacia de evapotranspiração foi construída na casa de Marli Machado, no assentamento Paineira, com a intenção de extensão do projeto para as demais comunidades através de mini cursos.
Extensão do projeto
Capra enfatiza a parceria entre as secretarias mediante o apoio da prefeitura, pois além de amparar o projeto, incentiva que caminhe a passos largos. “Está programado e acontecerá em breve um dia de campo de proteção e confecção de biodigestores. A procura por essa peça auxiliar é grande, então, espero que o projeto siga melhorando a vida de muitas pessoas”, conclui.