Maio Furta-Cor: conheça a campanha de preservação à saúde mental materna

A gravidez não é o único desafio, estar pronta para ser mãe não é tão simples como se imagina. Um dos aspectos mais difíceis é a solidão que pode acompanhar a maternidade

Esse mês é comemorado o Maio Furta-Cor, uma campanha que tem como objetivo incentivar a população a reconhecer e valorizar todas as mães que, neste momento, precisam se desdobrar em múltiplas tarefas para atender às exigências da maternidade. Este movimento convida as pessoas a se perguntarem se há algo que possam fazer para ajudar uma mãe próxima, seja com um olhar carinhoso, uma palavra de admiração, um abraço ou mesmo oferecendo ajuda prática. Essas atitudes simples podem proporcionar um pouco de alívio diante da sobrecarga enfrentada pelas mães.

Padrão social de maternidade é benéfico?

É comum pensar que as mulheres já nascem prontas para a maternidade, mas a realidade é bem diferente. A gravidez não é o único desafio, e estar pronta para ser mãe não é tão simples como se imagina. Um dos aspectos mais difíceis é a solidão que pode acompanhar a maternidade. Desde sempre, a responsabilidade pelos cuidados com os filhos recai sobre as mulheres, incluindo amamentação e organização do lar. Isso pode sobrecarregar as mães e gerar dúvidas e questionamentos.

Ser mulher atualmente significa ser multifuncional e ter que ser produtiva em todas as áreas da vida. Elas precisam ser a melhor esposa, a melhor dona de casa, a melhor profissional e a melhor mãe. No entanto, quando as crianças apresentam comportamentos inadequados, muitas vezes a culpa recai sobre a mãe. Se a criança está birrenta, suja ou fazendo bagunça, a pergunta sempre é: ‘quem é a mãe dessa criança?’. As mães muitas vezes são culpabilizadas mesmo quando não são responsáveis pelo comportamento dos filhos.

Saúde mental materna

Cuidar de uma criança e educá-la é uma responsabilidade compartilhada por todos, e não apenas pela mãe. A gravidez não é tão romântica quanto pode parecer nas fotos, e a dor não se resume ao momento do parto. As mulheres enfrentam muitas frustrações ao longo da gestação, pois idealizam muito sobre a maternidade. Durante este período, as pessoas oferecem inúmeras opiniões e conselhos sobre como cuidar da saúde, do bebê e de si mesma.

A gravidez dura nove meses e apresenta suas próprias dificuldades, assim como o puerpério. Tudo é novo e pode ser um momento estressante para as mães, especialmente para as de primeira viagem. Mesmo com outros filhos, cada bebê é único e traz novidades e lições para a mãe.

No momento do nascimento, as mães sentem uma grande pressão para serem perfeitas, não errar e amar incondicionalmente. O foco é em proporcionar o melhor para o bebê.

Principais prolemas que podem surgir no pós-parto

Depressão

A depressão pós-parto é uma condição que afeta em torno de 15% das mulheres após o parto. Os sintomas incluem tristeza, fadiga extrema, sensação de culpa intensa e sentimento de incapacidade para cuidar do bebê, mesmo que a mãe já tenha tido essa experiência anteriormente. É importante observar esses sinais com atenção, pois podem indicar a presença de depressão e requerer tratamento adequado.

Psicose puerperal

Cerca de 20% das mulheres estão sujeitas a desenvolver psicose materna, uma condição que se caracteriza por alucinações, transtornos do sono, oscilações de humor e, em casos mais graves, delírios. É importante buscar tratamento médico adequado caso apresente algum desses sintomas.

Transtorno de estresse pós-traumático

Mulheres que passaram por situações traumáticas durante a gravidez ou no pós-parto podem desenvolver um transtorno específico. Isso inclui complicações na gestação, violência doméstica, procedimentos invasivos, acidentes, perdas perinatais e violência obstétrica. Para lidar com essa condição, é recomendado realizar uma avaliação detalhada e acompanhamento psiquiátrico.

Ansiedade e tristeza materna

É comum que a ansiedade se manifeste como um sintoma da depressão, mas em casos específicos, as mulheres podem apresentar outros sintomas, como insônia, alterações de humor e dificuldade em tomar decisões. Especialmente entre as mulheres que temem retornar ao mercado de trabalho após a licença-maternidade, devido à separação do bebê ou à falta de suporte adequado das empresas, que muitas vezes as demitem logo após esse período.