Musicoterapia como tratamento complementar à saúde

Pesquisas e experimentos mundo afora vêm reconhecendo o poder terapêutico das melodias para enfrentar os males que abalam a mente e o corpo

A ciência não tem dúvidas de que a música tem um impacto nas emoções, no comportamento e na saúde de cada um de nós. Quando tocamos um instrumento ou ouvimos alguma gravação, diversas áreas do cérebro são instigadas, e poucas atividades têm um efeito tão amplo.

Poder da música

Pesquisas e experimentos mundo afora vêm testando e reconhecendo o poder terapêutico das melodias para enfrentar os males que abalam a mente e também o corpo. Tanto é que estudiosos já ousam encará-las como um remédio de verdade, com prescrição de dose e esquema de uso.

Os trabalhos pioneiros com música tiveram início na área de psiquiatria e mostraram que as composições têm um papel a cumprir em doenças como a ansiedade e a depressão.

São capazes de reduzir o nível de estresse durante um procedimento cirúrgico, baixam a pressão arterial e a frequência cardíaca e até aceleram a recuperação após uma sessão de exercícios físicos.

Estilo musical na saúde

Intuitivamente, nós sabemos selecionar o melhor tipo de som para cada ocasião. Na academia de ginástica, por exemplo, preferimos ritmos mais acelerados, que ajudam a dar aquele gás extra para o esforço físico. Já durante a meditação ou a leitura, apostamos em composições mais calmas, que auxiliam a focar e relaxar. Mas é preciso considerar que isso muda de acordo com o lugar onde você nasceu.

Cientistas começaram a questionar se havia um estilo musical que fosse mais vantajoso que os outros. A escolha natural na maioria das pesquisas são as músicas clássicas compostas por Mozart, Bach ou Vivaldi.

Porém, não dá pra cravar que esse seja o estilo mais saudável de todos, nesse processo é essencial botar na balança os gostos pessoais de cada um.

Musicoterapia

É justamente aí que entra a figura do musicoterapeuta, profissional que faz uma graduação ou uma pós-graduação com o objetivo de aplicar a música como um tratamento complementar às mais diversas condições.

“Lançamos mão de técnicas que envolvem a audição, a recriação de sons, a composição e o ato de tocar um instrumento para alcançar um objetivo terapêutico, sempre levando em consideração o histórico e as preferências do paciente”, explica o musicoterapeuta José Davison da Silva Junior, professor da Universidade Federal de Minas Gerais.

Auxílio na recuperação

A musicoterapia ganha espaço em outras fases da vida. Ela vem se mostrando um recurso importante após um acidente vascular cerebral (AVC), especialmente nos casos em que o indivíduo desenvolve uma sequela chamada afasia.

Nessas situações, há uma dificuldade em encontrar as palavras para descrever as coisas e se comunicar com os outros. Por meio das canções, essa recuperação se torna mais suave e natural. O mesmo princípio se encaixa em outras doenças, como o Alzheimer e o Parkinson. Há tentativas ainda mais sofisticadas que envolvem criar melodias específicas voltadas para tratar determinadas condições, como o zumbido ou o excesso de estresse.