Preço dos remédios deve subir 4,5% em 2024

As indústrias farmacêuticas podem fazer reajustes apenas uma vez por ano, visando compensar os aumentos nos custos de produção ocorridos nos 12 meses anteriores


Os preços dos medicamentos devem aumentar em 4,5% este ano, conforme estimativa do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Essa projeção considera a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado em 12 de março.

Reajuste de preços

Segundo o Sindusfarma, essas informações são integradas à fórmula de cálculo estabelecida pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para determinar o reajuste anual, que geralmente é anunciado no final de março.

É importante ressaltar que o setor farmacêutico é o único ramo de bens de consumo no Brasil sujeito ao controle de preços. Sob essa regulação, as indústrias farmacêuticas têm permissão para ajustar os preços de seus produtos apenas uma vez por ano, visando compensar os aumentos nos custos de produção ocorridos nos 12 meses anteriores.

Nesse contexto de controle de preços, as empresas enfrentam desafios para manter o equilíbrio financeiro. Segundo o Sindusfarma, o aumento acumulado nos preços dos medicamentos tem sido inferior à inflação geral, medida pelo IPCA. Entre 2014 e 2024, enquanto o IPCA teve um incremento de 77,5%, os preços dos medicamentos subiram 72,7%.

O presidente-executivo do sindicato, Nelson Mussolini, comenta: “Os medicamentos apresentam um dos comportamentos de preço mais previsíveis e estáveis na economia brasileira. Em um ambiente altamente competitivo, a concorrência atua como um regulador de preços. Portanto, produtos com uma ampla variedade de marcas em classes terapêuticas poderiam ser isentos do controle de preços, assim como já ocorre com os medicamentos de venda livre.”

Fatos relevantes citados pelo sindicato:

  • A carga tributária embutida no preço dos medicamentos equivale a até 32% do valor final pago pelo consumidor.
  • Oferecidos gratuitamente no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, hipertensivos, medicamentos para diabetes e outros produtos para doenças de larga incidência são vendidos pelas empresas fabricantes por valores de reembolso mais baixos, que não são reajustados desde a criação do programa.

Consumidor deve pesquisar

Conforme estabelecido por lei, o reajuste anual de preços determinado pelo governo pode ser implementado a partir de 31 de março deste ano em aproximadamente 10 mil diferentes apresentações de medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro. No entanto, é importante esclarecer que esse reajuste não ocorre de forma automática ou imediata devido à intensa concorrência entre as empresas do setor.

No Brasil, diversos fabricantes oferecem medicamentos com o mesmo princípio ativo e destinados ao tratamento de uma mesma classe terapêutica (tipo de doença), disponibilizados em milhares de pontos de venda.

Mussolini, destaca a importância de os consumidores pesquisarem nas farmácias e drogarias para encontrar as melhores ofertas dos medicamentos prescritos. Ele ressalta que, dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais adotadas pelos estabelecimentos, os aumentos de preço podem ser adiados ou até mesmo não ocorrer.