Síndrome de Tourette: conheça os sintomas, diagnóstico e os tratamentos desse distúrbio

Cerca de 80% das pessoas que sofrem da síndrome apresentam tiques motores como manifestação inicial

A síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico que se manifesta por meio de tiques motores ou vocais, que podem persistir por toda a vida. O distúrbio geralmente começa na infância e pode causar constrangimento ao paciente, já que os tiques são imprevisíveis e variam em frequência e intensidade ao longo do tempo.

Os tiques ocorrem em ondas e podem ser agravados pelo estresse, mas são independentes de problemas emocionais. Além disso, podem estar associados a outros transtornos como o Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), havendo a possibilidade de fatores hereditários comuns a essas condições. No entanto, a causa do transtorno ainda é desconhecida.

Sintomas

Cerca de 80% das pessoas que sofrem da síndrome, apresentam tiques motores como manifestação inicial. Esses tiques podem incluir diversas atividades, como piscar os olhos, franzir a testa, contrair os músculos faciais, balançar a cabeça, entre outros. Além disso, podem ocorrer movimentos mais complexos que aparentam ser propositais, como tocar ou bater em objetos próximos. Quando se trata das ações vocais, os sintomas mais comuns são ruídos não articulados, como tossir, fungar ou limpar a garganta.

Conforme o tempo passa e o desenvolvimento cognitivo do paciente ocorre, os tiques podem evoluir para a emissão parcial ou completa de palavras.

Embora menos comuns, os sintomas que tornaram a síndrome mais conhecida envolvem o uso involuntário de palavras e gestos obscenos, formulação de insultos, e repetição de sons, palavras ou frases ditas por outras pessoas. Esses sintomas podem provocar alto nível de estresse nos pacientes, e o sofrimento e frustração que eles experimentam é visível.

Diagnóstico

A síndrome de Tourette é diagnosticada por meio de uma avaliação clínica realizada por um neuropediatra ou psiquiatra especializado. Para que o diagnóstico seja confirmado, o paciente deve apresentar ações motoras múltiplas e, pelo menos, um tique vocal por um período significativo de tempo, não necessariamente simultaneamente.

Os tiques devem ocorrer em salvas quase todos os dias ou de forma intermitente por, pelo menos, três meses consecutivos.

Tratamento

Essa condição médica não tem cura, mas pode ser controlada. Segundo estudos clínicos, uma forma de terapia comportamental cognitiva conhecida como tratamento de reversão de hábitos tem sido considerada útil. Esse método é baseado no treinamento dos pacientes para monitorarem as sensações premonitórias e os tiques, e reagirem a eles com uma resposta voluntária que seja fisicamente incompatível com o tique.

Medicamentos antipsicóticos podem ser utilizados para reduzir a intensidade dos tiques, especialmente em casos em que sua repetição causa prejuízos à autoestima e aceitação social. Em situações em que os trejeitos são localizados em áreas específicas, é possível considerar a aplicação local de toxina botulínica (botox).

Em casos extremos, alguns autores defendem que a estimulação cerebral profunda pode ser indicada como tratamento cirúrgico, especialmente em áreas específicas do cérebro.