10 novelas de sucesso que caíram no esquecimento

Por motivos na maioria das vezes nunca entendidos, algumas tramas da Globo conseguiram fisgar a audiência, o que não foi suficiente para ficarem na lembrança do público e da própria emissora

As novelas fazem parte da cultura brasileira. Há décadas, as produções dominam o cenário televisivo como o produto de maior audiência. Entre sucessos e fracassos, as tramas e seus personagens emblemáticos, por vezes, acabam marcando época. 

Entretando, há casos em que a obra, embora tendo sido bem aceita pelo público, acaba caíndo no esquecimento. O Correio do Povo do Paraná elenca 10 delas. Confira: 

O Outro

Bombardeada pelos críticos na época, por conta de seu enredo, o folhetim escrito por Aguinaldo Silva teve boa audiência: 57 pontos, dois a mais que as tramas que lhe antecederam e sucederam, Roda de Fogo e Mandala, respectivamente. 

Com Francisco Cuoco interpretando dois homens de aparência idêntica, mas de personalidades distintas, a novela das 20 horas de 1987 registrou 62 pontos em seu último capítulo. Nunca foi reprisada. 

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Cara e Coroa

Christiane Torloni teve trabalho dobrado em Cara e Coroa/Foto: TV Globo

 

O folhetim de Antônio Calmon entrou no ar às 19 horas, entre 1995 e 1996, apostando na mesma história central de O Outro. Dessa vez, Christiane Torloni interpretou duas personagens de aparência física idêntica, mas de comportamentos diferentes. 

Fechou com 40 pontos de média, dois a menos que a antecessora Quatro por Quatro, o que lhe confere o título de sucesso, porém, nunca aproveitado em uma reprise da Globo.

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Vida Nova

Exibida no final da década de 1980, Vida Nova foi a última novela de Lauro Corona/Foto: TV Globo

 

O último trabalho de Lauro Corona na tevê foi ao ar em 1988, às 18 horas. De autoria de Benedito Rui Barbosa, a novela teve a missão de substituir Fera Radical, que tonara-se fenômeno no horário. De certa forma, Vida Nova derrubou a audiência: dos 42 da trama de Watlher Negrão, para 36. Mesmo assim, ficou acima da meta estipulada para aquele ano, que era de 35 pontos. 

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Salsa e Merengue

Arlete Salles e Walmor Chagas na novela escrita por Maria Carmen Barbosa e Miguel Falabela/Foto: Nelson Di Rago/TV Globo

 

A única novela escrita por Miguel Falabella que fez grande sucesso. Foi ao ar às 19 horas, entre 1996 e 1997, e lançou no país a canção “María”, de Ricky Martin, que se tornou hit e até hoje é bastante ouvida no Brasil. 

Há 22 anos de seu término, a trama bem que poderia voltar no Canal Viva. 

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Uga Uga

Digno do adjetivo “fenômeno”, Uga Uga foi exibida em 2000, às 19 horas. Escrita por Carlos Lombardi, a novela levantou a audiência do horário: enquanto a antecessora Vila Madalena fechou com 32 pontos, Uga Uga alcançou a marca de 38 pontos. Sua substituta, Um Anjo caiu do Céu derrubou os índices, ficando com 33. 

Tatuapu (Cláudio Henrich) era um branco criado por índios em Uga Uga/Foto: TV Globo 

 

A novela até foi cogitada algumas vezes para ganhar vez no Vale a Pena Ver de Novo, o que foi impossibilitado pela classificação indicativa. Quando o autor Carlos Lombardi acertou sua ida à Record, esta e as demais tramas escritas por ele saíram dos planos de qualquer reapresentação na emissora carioca.

Com o Viva levando ao ar novelas produzidas nos anos 2000, um repeteco de Uga Uga passa a ser possível e provavelmente agraderia os fãs. 

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Andando nas Nuvens

Marco Nanini, o desmemoriado Otávio Montana de Andando nas Nuvens/Foto: TV Globo 

 

Em 1999, a novela de Euclydes Marinho assumiu a faixa das 19 horas, que estava em baixa, com os 28 pontos entregues por Meu Bem Querer. Apostando na história de um homem que ficara em coma por quase 20 anos, a novela não chegou à meta estipulada de 35 pontos, mas apresentou boa crescente, fechando com 33.

Interpretando o protagonista Otávio Montana, Marco Nanini fez sua última novela antes de se “internar” por 14 anos na série A Grande Família. A música “Gulosa”, do grupo Fat Family, embalou a abertura.

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Desejos de Mulher 

Com As Filhas da Mãe fracassando, em 2002 a Globo teve de adiantar os trabalhos de sua sucessora: Desejos de Mulher. Da comédia de Silvio de Abreu rejeitada pelo público, entra no ar o dramalhão de Euclydes Marinho. A trama pesada para os padrões do horário fazia com que o público tivesse a impressão de estar assistindo uma novela das oito, só que exibida mais cedo – algo que acontece atualmente com Órfãos da Terra. 

Alessandra Negrini era a vilã Selma em Desejos de Mulher/Foto: João Miguel Júnior/TV Globo

 

Com um elenco primoroso – Regina Duarte, Mel Lisboa, Cássio Gabus Mendes, Glória Pires, Herson Capri, entre outros -,  Alessandra Negrini roubou as atenções na pele da vilã Selma. Teve 33 pontos média, cinco a mais que a antecessora e a produção exibida posteriormente, O Beijo do Vampiro.

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Kubanacan

Em 2003, a história sobre a República de Kubanacan divertiu e também confundiu bastante os noveleiros/Foto: João Miguel Júnior/TV Globo

 

Quando assumiu a faixa das 19 horas, em 2003, a novela de Carlos Lombardi conseguiu a façanha de elevar os números, dos fiasquentos 28 pontos de O Beijo do Vampiro, para 35. Sucesso indiscutível. A trama poderia ter uma média ainda maior, caso a Globo não optasse por esticá-la para 227 capítulos. A decisão trouxe como consequência uma enorme “barriga” e a audiência passou a patinar. 

Todavia, o folhetim, que se passava nos 1950 em uma ilha do Caribe, cumpriu seu papel e entregou a faixa em alta para a sucessora Da Cor do Pecado, que conseguiu elevar ainda mais os índices. Kubanacan caiu no esquecimento de boa parte do público e da própria Globo. 

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Porto dos Milagres

Em reprise pela primeira vez, no Canal Viva, a novela de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares estreou no horário das 20 em 2001, substituindo Laços de Família e sendo substituída por O Clone. Mesmo mantendo os mesmos 44 pontos de média da antecessora, a trama que teve como destaque as atuações de Antônio Fagundes e Cássia Kiss acabou é pouco lembrada.

Felix e Adma: a dupla de vilões de Porto dos Milagres/Foto: TV Globo 

 

Apesar de em 2005 ter-se cogitado uma reprise nas tardes da emissora – o que foi impedido pelo Ministério Público -, a novela não marcou época, mesmo tendo uma audiência considerável. O que teria feito o público lembrar tanto de Laços de Família e O Clone e esquecer de Porto dos Milagres? 

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Duas Caras 

A favela da Portelinha tinha Juvenal Antena (Antônio Fagundes) como líder/Foto: Márcio de Souza/TV Globo

 

Mais uma novela de Aguinaldo Silva na lista. Duas Caras foi ao ar no horário nobre entre 2007 e 2008 e fechou com 41 pontos de média. Dois a menos que a antecessora Paraíso Tropical e dois a mais que a sucessora A Favorita – que entre as três é, de longe, a mais agraciada por noveleiros e crítica especializada. 

O folhetim tem como destaque o núcleo ambientado na fictícia favela da “Portelinha”, liderada por Juvenal Antena. O personagem interpretado por Antônio Fagundes lançou bordões como “muita calma nessa hora” e “epa, epa, epa”. Nunca foi cogitada para reprise nas tardes da Globo. 

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Quais destas novelas vocês gostaria que a Globo ou o Viva reprisasse? Que outras novelas de sucesso foram esquecidas? Sabe de alguma curiosidade envolvendo as tramas citadas? Deixa seu comentário abaixo!