100 nascentes serão recuperadas para abastecer e restaurar o Rio Iguaçu

O projeto é uma parceria da prefeitura com a Engie Brasil, dentro do programa ‘Nossa Água, Nossa Gente’, que prioriza a preservação hídrica e a biodiversidade

O Paraná conseguiu ampliar a cobertura de matas ciliares em 12% nos últimos anos. O Estado passou de 1,25 milhão de hectares de cobertura florestal nestas áreas em 2008 para 1,41 milhão de hectares em 2021, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Água e Terra (IAT) com base nos dados do MapBiomas. Desde 2019, esta recuperação foi puxada por medidas como o plantio de 3,9 milhões de mudas em áreas de preservação permanente e a recuperação de mais de 6,9 mil nascentes de rios.

Projeto na Cantu
Em Espigão Alto do Iguaçu, no Centro-Oeste do Estado, o projeto tem a Engie Brasil, na Usina de Salto Osório, como parceira numa ação que pretende recuperar cerca de 100 nascentes no município. A secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e de Recursos Hídricos, está com sua equipe de técnicos ambientais atuando em várias comunidade do interior e cidade, dentro do programa “Nossa Água, Nossa Gente”.
Que tem também como objetivo de promover a restauração ecológica em áreas prioritárias visando a proteção e conservação de recursos hídricos e da biodiversidade.
De acordo com o técnico ambiental, Ladislau Stachelski o programa contribui nas melhorias na qualidade da água para as famílias e no abastecimento para os animais, principalmente na produção leiteira. Em alguns casos que envolve várias famílias a prefeitura tem disponibilizado caixas para armazenamento de água.

Afluentes do Rio Iguaçu
Mata ciliar é a vegetação que fica às margens de rios ou que contorna lagos, nascentes e açudes, e a proteção destas áreas é fundamental para a proteção de fontes de água que abastecem as cidades, o campo e a biodiversidade local. Por lei, estas áreas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP).
“Cuidar destas áreas é uma prioridade desta gestão. A água é um recurso que tem que ser tratado com responsabilidade. Proteger nossos rios não é importante apenas para preservar a natureza, mas é fundamental também para garantir a sustentabilidade da produção agrícola e para promover segurança hídrica para toda a população”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
A bióloga do IAT, Roberta Scheidt Gibertoni, explicou que é um trabalho fundamental, porque a mata ciliar recuperada nestas áreas evita o assoreamento dos rios, preserva as margens de água e cumpre um papel de corredor para a fauna local.
Mudas abastecem o programa são cultivadas em 19 viveiros florestais e em dois laboratórios de sementes do IAT. Ao todo, o órgão produz mais de 100 espécies nativas diferentes.

Proteção de nascentes
Para garantir a qualidade das fontes de água do Estado, uma outra medida em curso é o Programa Estadual de Proteção de Nascentes, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). O projeto tem como objetivo preservar a produção das minas d’água que estão dentro de propriedades rurais.
O instituto presta assistência aos produtores com 600 técnicas em campo. É feita a limpeza das nascentes e a montagem de estruturas que protegem as fontes de água. Lançado há praticamente um ano, em agosto de 2023, o programa já protegeu 6,9 mil nascentes.
“Trabalhamos para proteger as nascentes e toda a região do entorno. São intervenções simples, que garantem uma nascente saudável, capaz de abastecer a propriedade rural e irrigar a plantação”, afirmou o gerente estadual de Políticas Públicas do IDR-PR, Amauri Ferreira.
No trabalho de proteção das fontes de água, a mata ciliar também é recuperada com o plantio de mudar nativas em uma base de 30 metros das margens dos rios. A meta do programa é proteger 30 mil nascentes até 2026.

Fiscalização
Em paralelo às medidas de recomposição de mata, conscientização e educação ambiental, o Estado também vem atuando com rigor na fiscalização contra o desmatamento ilegal.
Segundo o IAT, desde 2019 foram aplicados R$ 468,3 milhões em multas por danos ambientais em decorrência de desmatamento, com mais de 18 mil Autos de Infração Ambiental (AIA) emitidos.
Com o fortalecimento das ações, além do crescimento de cobertura de mata ciliar, o Estado registrou um aumentou significativo de vegetação natural como um todo nos últimos anos, saltando de 54.932 quilômetros quadrados em 2017 para 55.030 quilômetros quadrados em 2022.