‘Prato feito’ brasileiro tem tamanho exagerado e excesso de calorias

Os pratos feitos vendidos pelos restaurantes brasileiros estão demonstrando um tamanho exagerado e excesso de calorias. Essa é uma das conclusões de um estudo internacional que analisou o valor calórico de refeições vendidas por restaurantes populares de seis países, publicada no British Medical Journal recentemente.

“A nossa conclusão é que precisamos prestar atenção na quantidade de alimento que ingerimos, não só no fast food, mas também em restaurante que serve refeição completa, o PF”, explica Vivian Suen, pesquisadora responsável pelo estudo no Brasil.

As análises mostraram que uma refeição brasileira, sem bebida e sobremesa, contém em torno de 1200 kcal — sendo que quatro opções analisadas tinham mais de 1600 kcal. O serviço de saúde pública da Inglaterra, recomenda que um homem adulto ingira 2500 kcal por dia e uma mulher adulta 2000 kcal.

Segundo a nutricionista e pós-graduanda em nutrição clínica, Mariana de Matos, que atende na clínica Magrass de Laranjeiras do Sul, o excesso de calorias pode levar ao aumento do peso corporal ou à obesidade. Levando em consideração que cada indivíduo possui uma recomendação diária, levando em conta estilo de vida, saúde e mesmo o padrão das refeições ao longo do dia. Todas as refeições devem ser calculadas para se ter um equilíbrio entre todos os nutrientes (CHO, PTN e LIP) e também todos os minerais e vitaminas essenciais. Devemos nos preocupar não apenas com o peso, mas também com a composição corporal. Onde devemos priorizar mais o ganho de massa magra e diminuir o percentual de gordura corporal, comenta Mariana.

Pratos pesados

Os pratos feitos brasileiros têm cerca de metade da necessidade calórica diária de um homem adulto e 60% de uma mulher adulta. A quantidade de calorias recomendada varia de pessoa para pessoa. Assim, o tamanho do PF pode não ser um problema para uma pessoa com um alto gasto calórico (por exemplo, um trabalhador que faça muito esforço físico ou um praticante de esportes) ou que coma muito apenas no almoço e compense com outras refeições menores.

Mariana também falou sobre os resultados de comer comidas muito gordurosas, normalmente vendidas por alguns restaurantes. A gordura pode fazer bem para o nosso corpo se dentro do recomendado. O excesso pode causar problemas nas artérias, no cérebro, e provocar doenças como obesidade e diabetes. Além disso, esse excesso provoca também um estresse metabólico das células que ficam desorganizadas. Por isso a gordura deixa de ser depositada apenas em células adiposas, e começa se instalar também em alguns órgãos como fígado e pâncreas. Outros problemas do consumo dos alimentos gordurosos é a digestão, que é mais lenta, ou seja, a gordura demora mais para ser eliminada, lembrou a profissional.

Para a média da população, a recomendação é pedir para os restaurantes diminuírem o tamanho das porções – principalmente a quantidade de arroz. Caso não seja possível, vale dividir o prato com outra pessoa ou mesmo embrulhar o restante e levar para casa.

Refeição analisada no estudo

Para fazer o estudo, os pesquisadores visitaram restaurantes e compraram os dois pratos mais vendidos em cada local. Todos eles eram formados pelo clássico arroz com feijão, carne e salada, com acompanhamentos diversos. Também compraram lanches e salgados fast food. Em seguida, a comida foi levada para o laboratório para análise da quantidade calórica.

O PF mais calórico pesava nada menos que um quilo. Além do arroz e feijão, tinha frango à parmegiana, macarrão alho e óleo, mandioca frita e farofa. No total, 2013 kcal — mais do que o total recomendado para uma mulher ao longo de todo o dia.

Já um dos PFs menos calóricos tinha 700 gramas e 790 kcal, composto de arroz, feijão, frango grelhado, legumes cozidos e ovo frito. É bem menos que um pão de batata analisado, recheado com requeijão, presunto e bacon, com 333 gramas e 1120 kcal.

O que fazer?

A nutricionista Mariana de Matos destacou ainda sobre dietas diferentes para pessoas diferentes. Cada indivíduo tem um recomendação de calorias diária, que varia de acordo com as suas necessidades, sexo, idade, fator atividade, total de calorias gastas para manter as funções vitais (taxa metabólica basal) e GET (gasto energético total). O plano alimentar ideal para um paciente é diferente do plano indicado para outro, mesmo que eles tenham o mesmo sexo, faixa etária e outras características em comum, salienta a profissional.

Por fim, a profissional falou sobre a melhor opção para uma boa alimentação. A melhor alternativa é fazer as suas próprias refeições. Sempre com orientação nutricional e planejamento! Nos dias atuais, o tempo é algo muito precioso e no nosso dia a dia devemos não temos tempo de preparar tudo ao mesmo tempo. Então a dica é deixar tudo pré-preparado e posicionado. Assim facilita para que você consiga fazer uma alimentação balanceada e equilibrada, finalizou Mariana.