Não importa o que aconteça, é contínua a relevância do Super-Homem na cultura ocidental
Claro que não é também uma surpresa que isso aconteça. Sua grandeza como personagem icônico e modelo para novos heróis e fãs transcende as mídias de onde ele surgiu e foi posteriormente adaptado.
Mas é de se notar que o principal herói da DC, cujo molde deu origem a várias contrapartes tanto na editora quanto nas suas concorrentes, tem uma absoluta dificuldade em ser adaptado para uma obra cinematográfica que faça jus ao seu tamanho. Ainda que tenham havido tentativas em praticamente todas as eras das adaptações de quadrinhos aos cinemas.
O Super-Homem clássico é encontrado em Superman – O Filme lançado em 1978, ainda que esta não seja a primeira adaptação do herói aos cinemas – que na verdade, ocorreu na década de 1940. Christopher Reeve foi escalado no papel do protagonista e visualmente falando, o ator parecia ter nascido para interpretá-lo com seu queixo forte e seu cabelo modelado como que nos quadrinhos.
Sua interpretação, ainda que longe de perfeita, conseguiu capturar as nuances não só do Super-Homem, herói de força e poderes sobre-humanos, e humildade e decência que não fazem usualmente parte do pacote de pessoas com essas características; mas também de Clark Kent, sua persona como pessoa física, sendo um jornalista tímido e intimidado pela grandeza da metrópole depois de percorrer toda a sua vida no campo.
Além de Reeve, os atores de suporte – que incluíam grandes nomes do cinema em Marlon Brando e Gene Hackman – e as bases visuais e musicais, sendo a última a que deu origem ao hoje clássico tema do herói, fizeram do filme de 1978 um sucesso de bilheteria e de crítica mais que merecido. Mais a frente o super-herói iria bem além das telas, ganhando adaptações em séries de TV e jogos de console e roleta online como no cassino online Betfair.
Ainda assim, é uma obra do fim da década de 1970. Hajam vistas as condições tecnológicas da época para captura das cenas, dos efeitos visuais e de áudios, em conjunto com um roteiro hoje já bem batido e um ritmo mais lento de condução da peça, é difícil o filme passar pelo teste da nostalgia. E muito mais ainda que ele seja uma boa introdução ao personagem para as pessoas que puderam capturar a magia do Super-Homem em décadas anteriores.
Por isso que houveram tentativas de fazer essa introdução já nos anos 2000, depois que a série do fim da década de 1970 foi estendida para mais três filmes além do original que pecam em qualidade.
Em 2006, foi lançado Superman – O Retorno. O filme dirigido pelo ex-diretor dos dois primeiros filmes da trilogia X-Men chegou com grandes expectativas por parte executivos da Warner Brothers, que produziu o filme, e dos fãs.
Infelizmente o filme deixou bastante a desejar em bilheteria, arrecadando apenas 391 milhões de dólares contra seu orçamento de 270 milhões. A crítica especializada deu boas notas ao filme na época, e o filme foi indicado a premiações de cinema. Entretanto, o público parece ter tido a reação oposta após uma lista de polêmicas quanto ao visual do herói e potenciais analogias religiosas.
Não à toa, o filme não gerou um reboot da franquia nos cinemas como foi o caso com Batman Begins. E assim, teríamos que esperar mais nove anos para que os executivos da Warner renovassem sua coragem, e uma nova tentativa chegasse aos cinemas.
Assim, em 2013 chegam aos cinemas O Homem de Aço. Dessa vez com a direção de Zack Snyder, que ficou conhecido pelos filmes 300 e Watchmen, a Warner tentava mais uma vez fazer ressurgir a figura e o mito do Super-Homem nas telas.
Por sorte, o filme foi um sucesso com o público. Desta vez o investimento de 225 milhões de dólares se tornou 668 milhões em bilheteria, um bom retorno frente à proporção de custo e receita da adaptação anterior. Mas dessa vez, o que pecou foi a crítica, onde houve uma grande variância entre elogios e desdém. Além disso, o tom do filme era sombrio demais para um herói que foi marcado justamente pela luz que ele trazia ao público.
O retorno de bilheteria fez com que o herói mantivesse sua versão atual em obras futuras, como Batman vs Superman – A Origem da Justiça e Liga da Justiça. Ambos os filmes tiveram relativo sucesso em bilheteria, mas a recepção dos especialistas foi bem menos favorável. E em comparação com o sucesso dos filmes da Marvel até mesmo de heróis com muito menos nome na cultura pop como o Homem-Formiga, a arrecadação destas que deveriam ter sido as principais obras do Universo DC deixa muito a desejar.
A Marvel já mostrou que o caminho para o sucesso vai além de fazer um mero filme pipoca. E a própria DC, com a trilogia do Batman sob a tutela de Christopher Nolan, também tem este exemplo. Entretanto, parece que estes modelos foram deixados de lado pelas equipes de produção e direção de adaptações de heróis como o Super-Homem para o cinema em tempos atuais.
Pelo que tudo indica, teremos em breve um novo filme do Super-Homem em breve, como continuação de O Homem de Aço. Mas será que é possível ter esperanças de que este novo filme fará jus ao herói?