Assistência Social implementa projeto contra o Cyberbullying e Violência Digital

A psicóloga Edna Lúcia de Lima destaca funcionamento das práticas restaurativas em ação social

A Assistência Social de Foz do Jordão implementou o projeto ‘Círculo Restaurativo no Enfrentamento ao Cyberbullying’, voltado a Violência Digital. No último dia 24, aconteceu o primeiro encontro com os participantes do projeto, que atende crianças, adolescentes e jovens da rede municipal, estadual e integrantes do Projeto Conviver.

Encontro ocorreu no Centro de Convivência Municipal, onde a psicóloga Edna Lúcia de Lima da Luz trabalhou diversas atividades voltadas ao tema, com o objetivo de dar voz e segurança aos participantes.

Fazem parte do projeto a Escola Municipal Padre Emílio Barbieri e o Colégio Estadual Segredo.

O Cyberbullying e a Violência Digital são práticas de bullying feitas em ambientes virtuais e consistem em perseguição, humilhação, intimidação, agressão e difamação sistemática.

Práticas restaurativas

De acordo com Edna, a fase de convivência escolar é complexa por conta das variadas relações entre alunos, professores, equipes técnica e de apoio, pais e comunidade. “Neste contexto, as práticas restaurativas na escola têm trazido inúmeros benefícios”.

Edna ainda relata que além disso, a escola é o lugar onde o aluno pode e deve ser acolhido. Por ser um ambiente de constante relação entre crianças, jovens e adultos, cada um traz a sua individualidade para o coletivo.

“Sendo uma rede de relações rica e complexa, o ambiente se torna fértil para ocorrência de conflitos. Os alunos têm suas diferenças, alguns são tímidos, introspectivos, vivem mais isolados e podem sofrer Bullying ou Cyberbullying. Os extrovertidos, alguns agressivos, praticam este tipo de violência e encontram maneiras de se colocar num grupo onde se enquadram ou são aceitos”, explica a psicóloga.

Convivência e escuta diferenciada

Cada um com sua individualidade, tende a se agrupar ou se fecham de acordo com seus interesses. Essa dinâmica pode criar um ambiente de disputa, onde conflitos e violência têm acontecido. “Alunos brigam dentro e fora da escola, muitas vezes sem ter certeza do que ocasionou a situação, e sem pensar na possibilidade de uma alternativa para resolver disputas e conter a violência”.

Com isso, o projeto busca, por meio de práticas restaurativas, desenvolver a comunidade, manejando o conflito e situações, reparando danos e recuperando relações.

O intuito da ação é discutir e trabalhar a convivência e diferenças entre indivíduos, refletindo sobre a violência velada ou explícita, em busca de soluções compartilhadas. “Estes são os principais desafios do projeto”, destaca Edna.

“Todos precisam de ajuda no exercício de conviver. Todos podem se beneficiar com a mudança de olhar e com uma escuta diferenciada. Escuta sem julgamento prévio, buscando entender e ou atender às necessidades individuais de cada indivíduo”.