Ler nas férias é uma delícia e transporta a criançada para momentos divertidos
Adelaide, a canguru voadora
Todo mundo sabe que os cangurus (animal marsupial) quando crianças são carregados por seus pais numa bolsa que fica no próprio corpo do adulto (marsúpio). Mas com Adelaide isso é um pouco diferente: ela nasceu com asas e precisa voar. Do mesmo modo que Adelaide, também carregamos a herança genética e cultural de nossa família. Mas assim como ela, somos únicos, com possibilidades de histórias que só nós podemos viver. O premiado autor Tomi Ungerer, ganhador do Prêmio Hans Christian Andersen – considerado o Nobel da Literatura Infantil, convida os leitores a colocar asas na imaginação e voar por novos cenários, conceitos, possibilidades e histórias. Um belíssimo livro ilustrado em que a história depende das imagens e das palavras, que estão em diálogo e não podem ser lidas separadamente.
Alice viaja nas histórias
Chamamos de “conto moldura” aquela história que traz muitas outras histórias. Em Alice viaja nas histórias, a menina, que no início poderia ser apenas uma coincidência ter o nome da personagem de Lewis Carroll, aos poucos vai nos mostrando que tem tudo a ver com aquela Alice que caiu na toca do coelho e encontrou seus medos, suas alegrias e seus questionamentos. Neste livro encontramos alusão a muitas outras histórias. Alice, por acidente ou distração, vai caindo em outras histórias clássicas e mudando um pouco o percurso dos acontecimentos.
As aventuras de Tommy
A riqueza do homem está no que ele acumula ou no que ele tem para compartilhar? Tommy vai nos contar sobre isso em sua aventura, uma história que fala sobre orgulho e valores. Nesta história, a maior recompensa que se pode ter é a sensação gostosa de se fazer uma boa ação. De fato, pessoas altruístas – que ajudam os outros sem querer nada em troca – nos inspiram. Porém, quando pensamos em recompensa, sempre pensamos em bens materiais. Mas o que o personagem Tommy compartilhou foram bens imateriais, como cuidado, conhecimento, carinho, atenção, amor. Em contraponto, o “orgulhoso homem rico” só conseguiu dar bens palpáveis: dinheiro e animal de estimação.
Minhas férias, pula uma linha, parágrafo
Minhas férias, pula uma linha parágrafo, é uma obra que critica com humor o ato de dar função a todo texto. É comum se utilizar a literatura para estudar gramática. Ao fazer isso, porém, tornamos a leitura (e a escrita) literária burocrática, quando ela poderia ser prazerosa. A obra de Christiane Gribel critica essa postura com muito humor, através do olhar divertido (e irônico) de Gabriel, brincando de forma divertida com o fim das férias escolares, o retorno das aulas de português e a redação, que sempre causa um certo “pavor” quando nos deparamos com um papel em branco. Transformar momentos alegres
em obrigação escolar torna-se um drama para o personagem, que por fim se demonstra um grande contador de histórias.
Quando a família saí de férias
Este é um livro de imagens que brinca com as cores vibrantes dos objetos da casa. Quando todos saem de férias e a casa supostamente fica vazia, as fotografias tomam vida e se divertem. A história mostra que diferentes gerações podem brincar juntas. Que todos gostam da liberdade para criar, de estar com outras pessoas, de fazer atividades, de ter tempo para o lazer. As férias são um ótimo momento para o adulto perceber o quanto a brincadeira tem de ser levada a sério. Não só por ser um momento de afeto, diversão, de relaxar, mas porque é através da brincadeira que a criança simula o seu dia a dia, suas referências, o que já aprendeu e sua curiosidade sobre a vida. A leitura nas férias também pode ser um momento de afeto em família.