Dupla confessa assassinato de jornalista britânico e indigenista brasileiro no Amazonas
Dom Phillips e Bruno Pereira foram vistos pela última vez no dia 5 de junho saindo da comunidade São Rafael
Na manhã desta quarta-feira (15) dois suspeitos da morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira confessaram o crime. Um dos responsáveis levou a equipe de investigações até o local onde os corpos foram enterrados.
Entenda o caso
Dom e Bruno faziam um trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael onde pararam para conversar com a esposa do líder comunitário e onde foram vistos pela última vez em 5 de junho saindo da comunidade para chegar até a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, Amazônia. O percurso costuma durar apenas duas horas, mas os dois nunca chegaram. Após horas sem contato, uma equipe da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) formada por indígenas conhecedores da região que trabalhavam com Bruno partiu em busca dos dois, mas sem sucesso.
De acordo com o texto da Univaja eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, suficiente para a viagem.
Os dois tinham o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à Localidade chamada Lago do Jaburu para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.
Os últimos sinais dos dois foram objetos encontrados na área de buscas por Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira, no interior do Amazonas. Conforme as imagens, durante as buscas as equipes localizaram uma mochila, um notebook, camisas e bermudas. Além de calça, chinelos e botas.
Confissão
Até ontem (14) a polícia havia ouvido nove pessoas. Os dois suspeitos que confessaram o crime foram, Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como ‘Dos Santos’, e seu irmão, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como ‘Pelado’. De acordo com eles os corpos de Bruno e Dom foram esquartejados e incinerados antes de serem enterrados.
Conforme a CNN Brasil, fontes da PF revelaram que Amarildo confessou que a morte de Bruno e Dom Phillips possui relação com as denúncias feitas pelos dois sobre a prática de pesca ilegal na região. A fonte da PF ainda afirma que as vítimas foram mortas a tiros.
“Entre as ameaças recebidas por BRUNO, algumas delas foram proferidas por ‘PELADO’, indivíduo tempos atrás teria efetuado disparos de arma de fogo contra a base local da FUNAI e, recentemente, ameaçado os ‘vigilantes’ da região ostentando uma arma de fogo do tipo espingarda”, relata a Polícia Federal.
A suspeita de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, iniciou após a PF receber informações que ele havia sido visto por ribeirinhos, no dia do desaparecimento, em uma lancha logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips. Os agentes encontraram vestígios de sangue no barco de Pelado, que vinha negando ter qualquer relação com o caso.