El Niño traz impactos negativos para agricultura e pecuária na região

“As doenças mais comuns no gado devido ao clima causado pelo El Niño são a podridão do casco, laminite e mastite. Elas afetam principalmente o gado leiteiro e podem gerar problemas nos cascos e inflamações na glândula mamária'”, destacou o agricultor, Alex Benjamin

O fenômeno climático conhecido como El Niño está atualmente afetando a região Sul do Brasil, resultando em um aumento nas precipitações e temperaturas mais elevadas. Essas condições climáticas têm causado impactos significativos e desafiadores para os setores da agricultura e pecuária na região.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno está resultando em um aumento nas precipitações no sul do país, e essas chuvas mais intensas têm prejudicado as plantações e o gado.

Na agricultura, as chuvas mais intensas têm causado inundações e erosões, com danos às plantações e dificultando a colheita. Além disso, o clima mais úmido gerado pelas chuvas favorece o desenvolvimento de doenças nas plantas.

Na pecuária, o clima úmido propicia o surgimento de doenças entre o gado, levando à perda de peso e redução da produtividade dos animais.

Impactos regionais

Para compreender melhor os impactos na região, o Correio do Povo conversou com o agricultor e Técnico em Agropecuária de Porto Barreiro, Alex Benjamin.

Alex explicou a necessidade de cuidados específicos durante esse período como a suplementação com minerais e promotores de crescimento. Ele explicou que essa prática é essencial para complementar a dieta dos animais e repor os nutrientes que não estão presentes em quantidade suficiente nas pastagens.

Essa medida auxilia no desenvolvimento saudável dos animais e ajuda a minimizar os impactos negativos causados pelo clima úmido decorrente do El Niño.

O técnico também ressaltou as doenças no gado decorrentes do clima úmido. “As doenças mais comuns no gado devido ao El Niño são a podridão do casco, laminite e mastite. Essas doenças afetam principalmente o gado leiteiro e podem gerar problemas nos cascos e inflamações na glândula mamária'”, destacou.

Ao abordar o impacto nas pastagens e a disponibilidade de alimento, Benjamin menciona que o clima úmido tem impactos negativos. “O clima mais úmido resulta em perdas e degradação do solo devido ao pisoteio dos animais em dias chuvosos”.

Quanto aos prejuízos na produção agrícola devido ao El Niño, Alex destaca que esse fenômeno pode afetar tanto a agricultura quanto a pecuária, trazendo mudanças no ciclo de chuvas e nas temperaturas, as possíveis perdas na produção agrícola variam de acordo com cada região do país. “O El Niño pode causar dificuldades no plantio para os agricultores devido ao aumento das chuvas. Além disso, pode resultar no encharcamento das áreas de plantio, especialmente em locais propensos à retenção de água”.

Ao falar sobre as perspectivas de prejuízos na agricultura e pecuária, o agricultor ressaltou as previsões. “Espera-se um aumento na ocorrência de doenças e pragas nas plantações, além dos desafios mencionados anteriormente, como atraso no plantio e colheita, e baixa qualidade da produção”.

O agricultor falou ainda sobre a importância de adotar medidas de adaptação e planejamento, como a suplementação adequada da dieta dos animais. Segundo Benjamin, essa prática é essencial para complementar os nutrientes necessários e minimizar os impactos negativos causados pelo clima úmido decorrente do El Niño.

Prejuízos

Em 2016, os prejuízos causados pelo fenômeno na agricultura e pecuária brasileiras totalizaram R$ 30,8 bilhões.

Neste ano os prejuízos a agricultura e pecuária já atingem a marca de R$ 10 bilhões segundo o Inmet. Ainda segundo o órgão as previsões para o restante de 2023 não são boas. Os prejuízos devem continuar nos próximos meses, uma vez que as chuvas intensas persistem até o final do ano no Sul do Brasil.