Ele coleciona “santinhos”

pesar de ser uma coleção única, os santinhos do Werner dividem espaço com outras coleções como latinhas, moedas antigas e miniaturas de carros

Quem nunca teve uma coleção? Seja de figurinhas, selos, adesivos, colecionar requer todo um processo de caçada ao objeto perfeito para aumentar a coleção, seleção do objeto perfeito, cuidados com o armazenamento e por aí vai.

Mas para esse colecionador em especial, os componentes da coleção são um tanto peculiares, isso porque o acadêmico de Engenharia Civil, Werner Schebauer coleciona algo que alguns passantes até recusam por raiva da política, má educação, ou uma combinação de ambos.

Werner coleciona “santinhos”, aqueles impressos entregues nas ruas durante o período eleitoral. Em ano eleitoral, a coleção do Werner tem aumentado nos últimos meses.

A coleção já ultrapassa os 5 mil exemplares de diferentes santinhos. O hobbye começou em 2002, quando Werner ainda era criança. Quando a coleção se tornou conhecida, ele conseguiu apoio de outros colecionadores, chegando a obter santinhos do distante 1990. Sim, existem outros colecionadores de santinhos!

Após três décadas colecionando ele relembra como tudo começou: “comecei para um trabalho da escola, passei em um comitê, coletei os primeiros e como era algo que não requer recurso financeiro, eu consegui manter e ampliar”, relembra.

Meticuloso

Hoje, a coleção segue um esquema de organização rigoroso. Werner separa os santinhos coletados em pastas de acordo com o ano e os guarda em caixas. Já acumula impressos de mais de seis estados e até do país vizinho, no caso da Argetnina: “todos são muito importantes, mas eu separo eles por ordem de cargo como presidente, governador, senador, vereador, etc só para facilitar a organização”, conta.

Apesar de ser uma coleção única, os santinhos do Werner dividem espaço com outras coleções como latinhas, moedas antigas e miniaturas de carros. Ele ainda brinca com a escolha dos artefatos das coleções: “eu queria mesmo era ser colecionador de carros né, mas como o dinheiro ainda não me permite, eu sigo com os santinhos”, brinca ele.

E para desvendarmos a maior dúvida do porquê santinhos eleitorais, algo que quem recebe quase sempre nunca dá atenção e acaba jogando fora poucos segundos depois de receber, Werner deu ao pedacinho de papel sem valor para a maioria, um olhar especial: “ eu não entendo porque ninguém dá valor nos santinhos, é importante que as pessoas leiam, conheçam os candidatos, isso define o futuro da nossa sociedade”, finaliza.

Uma coleção única, feita por ele e por quem opta por não conhecer os candidatos e descartar os santinhos diretamente para a coleção dele.

Por Mariana Moreira