Fabricante paranaense de kombucha expande negócios
A bebida tem propriedades que melhoram o funcionamento intestinal, equilibra a flora e fortalece o sistema imunológico
Refrigerante natural traz diversos benefícios à saúde; empresária de Ubiratã busca novos distribuidores e pontos de vendas no Paraná e em todo Brasil
A busca por alimentos saudáveis cresce entre os brasileiros. Só em 2020, a venda desses produtos movimentou R$ 100 bilhões, segundo a consultoria Euromonitor Internacional. De olho nesse mercado, uma empresária da cidade de Ubiratã (PR) começou a fabricar a kombucha – um refrigerante natural fermentado por leveduras e bactérias, feito a partir de chá verde ou chá preto (Camellia sinensis).
A bebida tem propriedades que melhoram o funcionamento intestinal, equilibra a flora e fortalece o sistema imunológico. Elaborada com sabores variados, a novidade tem agradado os consumidores e movimenta a pequena empresa que – além fabricar marca própria – também se destaca no envase para terceiros e fatura cerca de R$ 300 mil por ano.
“Sem corantes artificiais, sem conservantes e sem estabilizantes, a kombucha é rica em vitaminas e a cada dia ganha mais espaço entre os interessados numa vida mais saudável. Foi pensando nisso e vendo as possibilidades que o mercado brasileiro oferece que criei a Afrodite Kombucha – cujo nome remete à deusa grega da beleza, fertilidade e ao desejo”, conta a empreendedora Luciane Rossetto.
Expansão
Criada em 2019, a Afrodite Kombucha produz sete combinações de sabores [pêssego e pera; maracujá e cardamomo; morango, hibisco e cardamomo; canela, hibisco e zimbro; abacaxi e hortelã; capim limão e cravo; uva] para os mais diversos paladares.
Atualmente, a produção anual é de 5 mil garrafas de 300 mililitros, que são oferecidas em mercados, padarias, casas de produtos naturais e eventos nos estados do Paraná e São Paulo, mas a intenção é ter novos distribuidores parceiros e expandir em outros pontos de vendas físicos e online no Paraná e em todo Brasil.
“Nossos preços variam de R$ 10 a R$ 17 a unidade. Isso agrada o cliente que prefere uma bebida saudável e com sabores diferentes. Até o fim de 2022, pretendemos quadruplicar de tamanho, comercializar mais de 20 mil frascos e faturar cerca de R$ 1,2 milhão anual”, conta a empresária.
Investimentos
Para atingir as metas, Luciane adquiriu a concorrente Chaya Kombucha, modernizou a indústria de 450 m2 no interior paranaense – distante 540 km de Curitiba – ampliou a capacidade produtiva, fez parceria com a marca Raízes Kombucha e contratou o ‘mestre kombucheiro’ Samuel Barros, que se mudou da capital para Ubiratã para agregar valor à Afrodite e aprimorar técnicas de preparo da bebida.
“Os investimentos somados ultrapassam R$ 1 milhão, tudo para ter excelência nos processos e ampliar os negócios”, destaca a proprietária.
Com parque fabril de 450 metros quadrados, devidamente legalizado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Afrodite Kombucha aproveita todas as oportunidades para expandir os trabalhos.
“Entendemos que a terceirização de atividades, com o envase para terceiros, traria um ganho substancial e aproveitaríamos a capacidade ociosa que tínhamos até então. Assim, avaliamos o mercado, contatamos produtores regionais e ampliamos atividades”, explica Luciane Rossetto que – na atualidade – tem seu maior rendimento na terceirização da produção.
A empresária também está de olho no enorme potencial de mercado mundo afora. Globalmente, o segmento cresce em média 25% ao ano, segundo a consultoria americana Micro Market Monitor.
“As pesquisas revelam que a kombucha é a bebida funcional que mais ganha consumidores no mundo, impulsionada pelas vendas na Ásia, nos Estados Unidos e nos países banhados pelo Oceano Pacífico”, destaca Luciane.
Tendência de mercado
No Brasil, o potencial de crescimento também é significativo. De acordo com a Associação Brasileira de Kombucha (ABKOM), a estimativa é que a bebida tenha movimentado mais de R$ 20 milhões em 2018 – números mais recentes da entidade. Nos Estados Unidos, o volume chega a US$ 1 bilhão anuais, o que mostra uma tendência de mercado.
Ainda, segundo dados da ABKOM e que atualmente congrega 25 fabricantes regulamentados, a produção oficial brasileira gira em torno de 1,6 milhões de litros/ano de kombucha e possui cerca de 100 pessoas envolvidas na cadeia produtiva.
Benefícios para a saúde
Quem experimenta os diversos sabores de kombucha logo sente a diferença em relação aos refrigerantes tradicionais. Uma lata de refrigerante comum – tipo cola -, por exemplo, possui nove vezes mais calorias do que uma garrafinha de 300 ml de kombucha.
Além disso, diversos estudos avaliam e listam os benefícios da bebida para a saúde tais como a ação de potencial probiótico em que elementos nutricionais agem como fertilizantes e estimulam o crescimento de microrganismos saudáveis no intestino. “As bactérias e leveduras presentes na fermentação natural fazem da kombucha uma bebida viva, excelente para o trato gastrointestinal”, enfatiza Luciane Rossetto.
Rica em nutrientes naturais, a kombucha é considerada um tônico também para o sistema imunológico, o que melhora o funcionamento geral do organismo. Por ser uma bebida com ação antioxidante (rica em vitaminas C, K e do complexo B), ela é um ótimo complemento para quem está investindo em uma dieta detox. Além disso, auxilia na imunidade e deixa o organismo menos suscetível às doenças.
“Com tantos atrativos e benefícios funcionais, estamos ampliando nossa linha de produção, investindo em pesquisas para desenvolver novos sabores e buscando novos distribuidores e canais de vendas em todo Brasil. Vimos que o produto tem aceitação o ano inteiro. Assim, devemos quadruplicar as vendas já em 2022”, complementa a diretora da Afrodite Kombucha.