O Distrito Federal está entrando na época de seca, quando a baixa umidade do ar permite que a poeira, a poluição, polen e pelos de animais fiquem mais tempo suspensos no ar, aumentando os casos de alergia. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, no Brasil, 35% da população sofre com algum tipo de alergia e sete em cada dez desenvolvem alergia ocular.
Os alérgicos integram o principal grupo de risco de portadores de ceratocone, doença ocular genética, que não tem cura e danifica a estrutura da córnea, parte do olho responsável por cerca de 60% da nossa visão. A campanha Junho Violeta tem como objetivo a prevenção e conscientização sobre a patologia, que atinge cerca de 150 mil brasileiros todos os anos, segundo o Ministério da Saúde.
“Embora seja genético, fatores comportamentais podem agravar o ceratone, como esfregar ou coçar o olho com frequência. Esse ato, que pode parecer simples, quando se torna algo costumeiro e repetitivo pode causar danos na estrutura da córnea, fazendo com que a doença alcance estágios mais avançados e prejudique ainda mais a visão”, afirma o Dr. Rodrigo T. Santos, especialista em Córnea, Ceratocone, Lente de Contato e Cirurgia Refrativa.
O que é ceratocone?
Ceratocone é o que chamamos de ectasia da córnea. Uma doença que causa um aumento da curvatura da córnea e da irregularidade do astigmatismo, e também há um afinamento, que geram alteração na visão. Com essas alterações, a córnea apresenta uma saliência semelhante a um cone. É uma doença que tem mecanismos genéticos associados, mas que depende da associação principal da alergia nos olhos, que pode ser relacionada com a rinite alérgica e também com a dermatite atópica.
Quais os principais sintomas?
Os principais sintomas são o embaçamento e a baixa de visão. O perfil é de pacientes jovens: adolescentes e adultos até os 30 anos, com associação de alguma alergia ou coceira nos olhos. Pessoas com Síndrome de Down também apresentam maior predisposição.