Tulio de Oliveira foi um dos responsáveis pela descoberta da cepa do Coronavírus que viria a ser conhecida como a variante Ômicron
A prestigiada revista científica Nature divulgou nesta quarta-feira (15) a lista das pessoas que mais impactaram a ciência no ano de 2021. Entre os citados está o brasileiro Tulio de Oliveira, um dos responsáveis pela descoberta da cepa do Coronavírus que viria a ser conhecida como a variante Ômicron.
A lista, que busca identificar alguns dos envolvidos por trás dos principais “avanços e controvérsias” que marcaram a ciência neste ano, destaca a contribuição do brasileiro ao ter participado da descoberta da variante que foi rapidamente classificada pela Organização Mundial da Saúde como uma variante de preocupação.
O brasileiro vive na África do Sul e comanda o laboratório Krisp, ligado à Universidade de KwaZulu-Natal, onde também participou da descoberta de outra cepa do Coronavírus no ano passado: a variante Beta. A revista ainda diz que o trabalho do cientista e de sua equipe foi capaz de inspirar novas políticas de controle da pandemia no país africano, citando como exemplo um mapeamento feito pelo laboratório que ajudou na criação de um novo programa de controle de contágio dentro de hospitais.
Além do laboratório, Oliveira dirige o Centro para Resposta à Epidemia e Inovação (CERI), também na África do Sul, que realiza pesquisas para o controle de epidemias na África e em todo o Sul global. A Nature menciona que o CERI abrigará o maior centro de sequenciamento genético de todo o continente africano, algo que Oliveira diz ser uma conquista que mostra ao mundo que essas pesquisas “também podem ser feitas em países em desenvolvimento.”
Sobre a lista
A lista é elaborada pelos editores da revista ao identificarem as pessoas que ajudaram a fazer descobertas importantes ou trouxeram atenção para os temas científicos mais marcantes do ano, segundo a Nature.
Alguns dos outros destaques são Timnit Gebru, pesquisadora que fundou um instituto para estudar como a Inteligência Artificial pode ser desenvolvida de forma ética e que denunciou como a tecnologia reproduz preconceitos raciais; e Zhang Rongqiao, engenheiro que comandou a missão que fez com que a China fosse o segundo país a aterrissar um rover em Marte.
Confira os outros sete nomes da lista, que não possui ordem de classificação:
- Winnie Byanima, diretora do programa sobre HIV na ONU que defendeu a distribuição de vacinas contra a Covid-19 para países de baixa e média renda;
- Friederike Otto, cientista que liderou pesquisa sobre influência humana nas condições meteorológicas extremas;
- John Jumper, pesquisador responsável pela equipe que desenvolveu o AlphaFold, uma ferramenta de Inteligência Artificial que prevê estruturas de proteínas de forma precisa.
- Victoria Tauli-Corpuz, ativista que atuou pelo reconhecimento dos povos indígenas como protetores da biodiversidade e do clima;
- Guillaume Cabanac, cientista que investigou o uso de frases sem sentido em publicações científicas e alertou sobre a importância do problema;
- Meaghan Kall, epidemiologista da agência de saúde britânica que usou as redes sociais para explicar sobre a covid-19 de forma acessível;
- Janet Woodcock, que comandou a agência regulatória de medicamentos americana (FDA) em medidas polêmicas envolvendo as doses de reforço das vacinas contra a covid-19 e a aprovação de um remédio para o tratamento de Alzheimer.
A revista também divulgou os três nomes que podem impactar a ciência em 2022. Na lista, estão Chikwe Ihekweazu, epidemiologista escolhido pela OMS para comandar o Centro de Inteligência Pandêmica e Epidêmica; Jane Rigby, astrofísica que comandará as operações do telescópio James Webb; e Love Dalén, geneticista que sequenciou o mais antigo DNA já registrado, que possui 1,65 milhões de anos e pertenceu a um mamute.
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