Reajuste salarial dos professores fortalece avanço geral na educação paranaense
O aumento varia de acordo com o nível e classe do professor. No entanto, os professores da base são os principais beneficiados: o aumento é de 48,7%
O reajuste salarial para professores do Estado anunciado nesta segunda-feira (6) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior vai aumentar o salário de todos os 66,6 mil profissionais da categoria . O aumento, em média de 20%, faz parte de um pacote de melhorias na educação paranaense promovido nos últimos três anos: modernização do currículo escolar, melhora da infraestrutura e, agora, reconhecimento financeiro dos profissionais.
O aumento varia de acordo com o nível e classe do professor. No entanto, os professores da base – aqueles que estão em início de carreira – são os principais beneficiados: o aumento é de 48,7%. Assim o piso salarial da categoria passa de R$ 3.730 para R$ 5.545. Para este grupo, o reajuste equivale à antecipação na progressão da carreira em pelo menos oito anos.
A medida é celebrada pelo governador como mais um passo para uma mudança profunda na educação do Paraná. “A educação no Brasil como um todo teve pouca evolução desde os anos 1980. Pouco mudou, mesmo com tamanha dedicação dos nossos profissionais da educação. Ficou parada em uma estrutura que não teve ganho de desempenho. Então decidimos fazer uma grande proposta: tirar da zona de conforto algumas metodologias e investir na modernização”, afirmou o governador.
O secretário estadual de Educação e do Esporte, Renato Feder, detalhou as medidas do Governo do Estado que criaram esse ambiente de fomento. Da parte da infraestrutura, foram 939 obras realizadas ou concluídas, totalizando um investimento de R$ 549,4 milhões. O número abrange, inclusive, a retomada de obras paralisadas na gestão anterior.
Da parte de modernização, algumas das novas medidas implementadas incluem educação financeira, inteligência artificial na correção de redações, criação de um aplicativo para ensino de inglês, atividades gamificadas de matemática e ensino de robótica.
“É uma educação tecnológica, com currículo moderno. A gente pediu muito dos professores, e eles trabalharam demais – em qualidade e quantidade. Nós precisávamos reconhecer isso. Avançamos em vários pilares, e estava na hora de avançar na parte salarial dos professores”, ressaltou Feder.
Evolução
A melhora da performance do Paraná no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um dos indicadores que confirma a evolução do Estado nessa área. De 2017 para 2019, o Paraná passou de 5º para 1º lugar nos anos iniciais do ensino fundamental, aumentando a nota de 6,3 para 6,8. Nos anos finais do ensino fundamental, a posição subiu de 7º para 3º, elevando a nota de 4,6 para 5,1. Já no ensino médio, o Paraná passou da 7ª para a 4ª posição. De 3,7, a nota aumentou para 4,4.
“Nos resultados do Ideb para os anos finais do ensino fundamental e médio, o ganho de aprendizado foi muito alto: em ambos os casos, foi o maior do Brasil e o dobro da média nacional, considerando os outros estados”, explicou Feder. “Queremos mudar a educação pública para ter uma educação de alta qualidade”.
Modernização
A atuação dos professores e do Governo do Estado junto aos estudantes durante a pandemia também foi destacada pelas autoridades. Foram 180 mil aulas síncronas por dia. Todos os professores foram treinados para ministrar aulas EaD. Além disso, cada escola manteve seu próprio controle de presença dos alunos online.
Dentre os processos de modernização, a educação financeira foi um dos primeiros a serem implementados na gestão. A iniciativa ajuda os jovens a organizar as finanças e a contribuir com o planejamento do orçamento familiar. A princípio, a disciplina entrou na matriz curricular do Ensino Médio com uma aula semanal para quase 400 mil alunos. Com o Novo Ensino Médio e a ampliação da carga horária, serão ministradas duas aulas por semana. A robótica é outra área que passou a ser abarcada no currículo. Com o retorno das aulas presenciais, mais de 2,5 mil kits de robótica foram entregues para cerca de 250 colégios da rede, com investimento de R$ 9,1 milhões.
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