Vídeos antigos se misturam a contextos contemporâneos e confundem eleitores

O vídeo remonta o lançamento do programa “Trator Solidário”, pelo governo do Paraná, em 2009, quando Requião mandava no Palácio Iguaçu.

Na reta final da campanha é possível afirmar algo com certeza: as pessoas estão ligadas no programa eleitoral na TV.

Fazia segundos que o programa do PT havia colocado um depoimento do presidente da Coopavel no ar, e a notícia já corria em um grupo de Whatsapp majoritariamente bolsonarista de Cascavel.

Incrédulos, os membros do grupo se perguntavam: “o que o Dilvo tá fazendo no programa do Requião?”.

O vídeo remonta o lançamento do programa “Trator Solidário”, pelo governo do Paraná, em 2009, quando Requião mandava no Palácio Iguaçu.

Naquela ocasião, Grolli foi gravado elogiando a ação requianista: “Trator solidário, isso é fantástico, um bem de R$ 80 mil sendo comercialização por R$ 53 mil, com prazo de financiamento de 8 a 10 anos, e juro de 3%. Tudo isso através de concorrência pública, transparente, governador Requião quero parabenizá-lo”.

O conteúdo foi ao ar em horário nobre, na noite da última segunda-feira, com Requião e seu vice, Jorge Samek em cena.

No dia seguinte, Grolli emitiu uma nota: “Informo que não autorizei e muito menos fui consultado sobre o uso dessa declaração e sua utilização em qualquer programa ou peça partidária, e estarei tomando providências cabíveis”.

Pelo estatuto, dirigentes cooperativistas não podem fazer política-partidária. Na prática não é bem assim. As lideranças do setor deram contribuição fundamental para vitaminar a bancada do agro no Congresso Nacional.

Grolli é claramente engajado na reeleição de Bolsonaro, mas nunca fechou as portas da Coopavel para o outro lado. Ainda este ano, recebeu o deputado Zeca Dirceu. E quando o PT governou, manteve uma relação fluída com Samek, o homem de Lula no Paraná.

Ratinho

Outro vídeo que circulou fora de contexto na semana trazia um depoimento do Ratinho (pai). Nele, o apresentador pedia votos para o filho Ratinho Junior, com ataques a “elite curitibana” e fartos elogios para Lula e Dilma. Em período decisivo como o atual, toda mensagem precisa ser olhada com cuidado, afinal nem mesmo um vídeo pode ser o que aparenta ser.